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Internacional
Quinta - 28 de Janeiro de 2010 às 22:06

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Uma multidão de haitianos famintos assaltou nesta quinta-feira quatro caminhões com um carregamento de comida que o governo planejava distribuir no centro da capital, nos jardins do destruído Ministério da Cultura.

Milhares de pessoas que vivem no chamado Campo de Marte, uma grande praça pública, desde o tremor do último dia 12 e que praticamente não receberam ajuda desde então, romperam todas as barreiras de segurança e esvaziaram o conteúdo dos quatro caminhões.

As cestas de ajuda tinham arroz, macarrão, azeite, leite em pó e biscoitos. Após serem retirados dos caminhões, os pacotes foram disputados aos tapas entre as pessoas que estavam lá há mais de uma hora sufocadas, esperando sob o sol do meio-dia.

A polícia não utilizou a força em nenhum momento para tentar dispersar os milhares de pessoas. Na terça-feira, as tropas de paz das Nações Unidas no Haiti atiraram bombas de gás lacrimogêneo em haitianos desesperados durante a distribuição de alimentos em frente ao palácio presidencial semidestruído.

Os capacetes azuis brasileiros usaram spray de pimenta para controlar uma multidão frenética de milhares de haitianos em busca de alimento em um acampamento improvisado perto do palácio.

Mas, enquanto algumas operações de distribuição de ajuda se tornaram caóticas, com homens jovens correndo e tentando se apropriar da maior parte dos alimentos, expulsando crianças, doentes e idosos, alguns sinais de normalidade e de solidariedade também ajudam a diminuir a tensão.

No relativamente abastado bairro de Petionville, a pizzaria Muncheez distribui refeições gratuitas que os donos do local discretamente fornecem. Todos os dias, de 1.000 a 1.500 haitianos desabrigados e famintos aparecem no local e recebem braceletes distribuídos de antemão por Clifford Rouzeau, sócio da pizzaria, que distribui gratuitamente pizza, macarrão, frango ou arroz.

Os três restaurantes de Rouzeau, um nova-iorquino filho de haitianos que está radicado no país desde os 4 anos de idade, não foram afetados pelo terremoto, que matou um número estimado em até 200 mil pessoas e deixou milhões de feridos e desabrigados. Ele diz que distribuirá comida diariamente enquanto puder e que também está entregando comida a hospitais.

"Não vou abrir um restaurante e atender pessoas que podem comprar minha comida, quando há centenas de milhares de pessoas nas ruas passando fome a cada dia", afirmou ele.

Com Efe e Reuters






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