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Cidades/Geral
Quarta - 09 de Dezembro de 2009 às 12:41

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Está comprovado que houve vazamento de informação no concurso público promovido pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), no dia 22 de novembro. A fraude foi constatada por meio de perícia técnica realizada pelo Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em parceria com a Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado de Mato Grosso (Politec).

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (09/12), em entrevista coletiva que contou com a participação do governador Blairo Maggi, secretários de Estado, delegados, representantes da Politec e do coordenador do Gaeco/MT, procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado e dos promotores de Justiça Januária Dorilêo Bulhões e Arnaldo Justino da Silva.

De acordo com os representantes do Ministério Público, foi demonstrado na perícia que nos computadores e pendrives particulares apreendidos das servidoras concursadas da Unemat, Renilce Miranda Cebalho Barbosa e Geisa Atala Gomes Curvo continham questões e atalhos referentes à prova com respostas e justificativas. Foi constatado também, por meio de depoimentos, que a servidora Sandra Raquel de Almeida Cabral manuseou o material fora do núcleo da Covest da Unemat.

“Essas provas não poderiam jamais terem sido manuseadas em computadores particulares e fora da sala de monitoramento da Covest. Há provas que o material foi manipulado até o dia 16 de novembro, seis dias antes da realização da prova”, ressaltou o procurador de Justiça e coordenador do Gaeco, Paulo Roberto Jorge do Prado.

Segundo a promotora de Justiça Januária Dorileo, que também atua no caso, a atitude das três servidoras caracteriza crime de violação de sigilo funcional, previsto no artigo 325 do Código Penal. A pena de reclusão para esse crime é de dois a seis anos. “Ouviremos mais algumas pessoas até sexta-feira e nos próximos 10 a 15 dias oferecemos a denúncia criminal”, explicou a promotora de Justiça.

Os representantes do Ministério Público afirmaram que, até o momento, não existem provas de que as informações contidas nos computadores das servidoras foram repassadas ou vendidas para outras pessoas, mas foi constatado que duas irmãs da servidora Renilce Miranda Cebalho Barbosa se inscreveram para concorrer às vagas de delegado e professor de Biologia.

“Durante as investigações, verificamos que a servidora Renilce chegou a ser afastada da comissão, no dia 21 de outubro, mas continuou participando de todo o processo”, informou a promotora de Justiça Januária Dorilêo.

As investigações terão continuidade e caso seja comprovado que candidatos tiveram acesso às informações, o Ministério Público poderá fazer o aditamento da denúncia.O trabalho de investigação conta ainda com a participação dos promotores de Justiça Sérgio Silva, Samuel Frungillo e Luciano Freiria de Oliveira.

COMITÊ ORGANIZADOR: Durante a coletiva, o governador Blairo Maggi anunciou que o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT) farão parte do comitê organizador do concurso. As indicações partiram dos chefes das duas instituições.

O comitê, de acordo com o governador, será composto pelos secretários de Estado, Coronel Maia, Diógenes Curado e Geraldo De Vitto, pelo promotor de Justiça Alexandre de Matos Guedes e pelo advogado José Patrocínio Brito Júnior.





Fonte: Da Redação/MPE

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