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Saúde
Terça - 01 de Dezembro de 2009 às 07:45
Por: Raquel Ferreira

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Após 25 anos ouvindo o mesmo discurso, a população brasileira continua resistente ao uso do preservativo como forma de prevenção contra o vírus HIV. Embora muito se fale do problema, o assunto não é absorvido e a falta de conhecimento sobre a doença, associada a desinformação, levam ainda a triste realidade do preconceito. Com foco nessas questões, o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, comemorado hoje, traz o tema "Viver com Aids é possível. Com o preconceito não". A campanha é uma resposta a constatação do intenso preconceito que existe contra os soropositivos e tem como frente de trabalho a disseminação e reforço de informações sobre a importância de se prevenir contra a doença. Segundo o Ministério da Saúde, pesquisas sobre o comportamento da população brasileira alertam para o fato de que, apesar das pessoas possuírem informações sobre as formas corretas de prevenção do HIV/Aids, o preconceito e a discriminação ainda são muito fortes na sociedade brasileira.

Há 18 anos convivendo com a doença, Sandro Rosa, presidente da Organização Não Governamental (ONG) Corações Amigos, entende o preconceito como o principal obstáculo enfrentado pelo soropositivo. Ele explica que a rejeição existe em vários setores, como trabalho, amigos e até mesmo a família, que muitas vezes não apoia o paciente, especialmente quando se trata de homossexuais. "A maioria é afastada do emprego".

Ele acredita que a falta de conhecimento sobre a doença, até mesmo da parte médica, é o principal fomentador do preconceito e da falta de prevenção. "Minha ex-mulher foi a uma ginecologista e falou que éramos soropositivos. A médica afirmou que não precisávamos usar preservativo, o que prova total desinformação sobre a doença".

Sandro argumenta que todos precisam se prevenir usando camisinha nas relações sexuais, que atualmente é a principal forma de contaminação. "Até mesmo pessoas casadas devem se cuidar. Ninguém tem escrito na testa que é soropositivo".

Prova disso, é o caso de Fernando*, 68, que há 15 descobriu a doença e contou somente aos familiares. Mesmo sendo portador do vírus e sabendo dos riscos de infectar outras pessoas, Fernando conta que manteve relações sexuais com várias namoradas e chegou a ter uma filha, hoje com 7 anos. Por sorte, ele afirma que a mulher e a criança não foram contaminadas.





Fonte: A Gazeta

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