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Educação/Vestibular
Quarta - 04 de Fevereiro de 2009 às 09:39

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As universidades consideradas piores pelo próprio Ministério da Educação cresceram mais que a média do setor em número de alunos entre 2006 e 2007, de acordo com o novo Censo da Educação Superior, divulgado anteontem.

O sistema como um todo cresceu 4,5% no período -passou de 4,6 milhões para 4,8 milhões. Já as 454 instituições que receberam as mais baixas notas (1 e 2) do MEC aumentaram suas matrículas em 7,3% -de 548 mil para 588 mil.

Com isso, 12% dos universitários do país estudam em escolas consideradas ruins. A nota é dada pelo IGC (Índice Geral de Cursos) --que varia de 1 a 5-- e leva em conta prova feita pelos alunos e critérios como titulação de professores.

Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, Paulo Barone diz ser "extremamente preocupante" que cursos mal avaliados há anos cresçam sem melhorar a qualidade. Ele ressalta, porém, que isso não pode servir de motivo para que a ampliação de vagas pare.

"O MEC tem que ser duro com as instituições mal avaliadas, não para inibir a expansão, mas para melhorar a qualidade, que hoje deixa muito a desejar", diz. Barone cita a redução de gastos com docentes, livros e laboratórios como causas da falta de qualidade.

O consultor em ensino superior Raulino Tramontin afirma que a situação tende a se agravar. "Muitas das pequenas escolas estão morrendo e sendo compradas por grandes grupos. Para terem poder aquisitivo e reduzir custos, cortam mensalidades. E não dá para ter excelência com baixo custo", diz.

"O governo deveria ter mais cautela na política de expansão, principalmente em locais onde o número de cursos está saturado e nem há docentes qualificados em número suficiente."

Nota 1 e 2

Entre as escolas com notas 1 e 2, as que mais cresceram foram a Faculdade Maurício de Nassau (PE), a Faculdade Comunitária de Campinas (SP) e o Centro Universitário Sant"Anna (SP). As três ampliaram em cerca de 3.000 o número de matrículas. Cresceram, respectivamente, 78%, 68% e 48%.

As duas últimas obtiveram nota 2 no IGC. A Maurício Nassau, que foi a que mais cresceu, teve média 1 (a mais baixa).

Para estipular uma nota para a instituição, o MEC avalia a qualidade dos cursos de graduação (com base no Enade, questionários socioeconômicos e outros fatores) e de pós-graduação (nota da Capes).

O indicador é utilizado pelos fiscais do ministério que visitam as instituições periodicamente para avaliar se elas têm condição de abrir cursos e se as vagas que já são oferecidas podem seguir funcionando.





Fonte: Folha Online

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