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Esportes
Quarta - 19 de Novembro de 2008 às 10:59

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Ele é jovem, explosivo, goleador, considerado por muitos arrogante, mas vital para a seleção portuguesa. Favorito para ganhar o prêmio da Fifa de melhor jogador do mundo neste ano, Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, aos 23 anos, já pode falar que mudou um pouco da história do futebol do seu país.

Desde que estreou na seleção principal, pelas mãos do técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari, em um amistoso em agosto de 2003, o meia-atacante do Manchester United vê o time nacional lusitano se firmar como uma das potências do futebol mundial.

Apesar de historicamente contar com bons jogadores --Eusébio e Luís Figo são os maiores exemplos--, Portugal, adversário do Brasil nesta quarta-feira, jamais teve uma constância de bons de resultados e passou boa parte de sua existência relegada a planos inferiores nos cenários europeu e mundial.

Antes do surgimento de Cristiano Ronaldo, Portugal só havia participado de três fases finais da Eurocopa e de três Mundiais. Depois do aparecimento do "Puto Maravilha" (algo como garoto maravilha), apelido recebido pelo jogador, nunca mais ficou de fora de um torneio de tal grandeza.

Com ele em campo, e Scolari no banco, o país obteve seu melhor resultado em uma Euro (foi vice-campeão, em 2004) e terminou a Copa do Mundo da Alemanha-2006 na quarta posição, atrás apenas de potências consolidadas: Itália (campeã), França e a dona da casa.

Porém, já com status de estrela internacional, Ronaldo decepcionou na Euro deste ano. Com a missão de comandar a equipe e decidir as partidas, mas exausto após uma temporada em que "ganhou tudo" pelo Manchester United, foi apático na competição e viu Portugal cair nas quartas-de-final.

O fraco desempenho no Europeu vencido pela Espanha não apaga tudo o que o jogador já fez pela seleção portuguesa. Apesar de ter ainda 23 anos, é o oitavo maior goleador da história da equipe, com 21 gols, e caminha para alcançar o recorde de Pauleta, que marcou 47 vezes pela seleção.

Ronaldo tem idade suficiente também para detonar outro recorde. Em cinco anos de seleção, já entrou em campo para defender Portugal 60 vezes. Figo, o último atleta do país a ser agraciado com o título de maior do mundo, é o atual dono da marca --127 partidas.

"Para ser honesto, eu acho que fui o mais consistente e o melhor [atleta desta temporada]. E quero entrar na lista dos melhores jogadores de todos os tempos", disse o português recentemente.

Além de alavancar o desempenho da equipe lusitana, o provável melhor do planeta em 2008 também tem responsabilidade pela "internacionalização" do futebol português. O seu sucesso pelo Manchester, clube que o contratou para a missão de substituir o "insubstituível" David Beckham, abriu as portas para que o país invadisse a Inglaterra, considerada o principal pólo global do esporte na atualidade.

Hoje, alguns dos maiores jogadores do país, como Deco, Bosingwa, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho e Nani atuam no rico futebol inglês. O processo também pode ser creditado a José Mourinho, português que dirigiu com sucesso o Chelsea por mais de três temporadas, pouco depois da chegada de Ronaldo à ilha.

A valorização dos atletas portugueses no mercado internacional é tão grande que duas das cinco contratações mais caras da última janela européia de transferências envolveram "patrícios".

Por 24,6 milhões de euros, Ricardo Quaresma deixou Portugal, onde jogava pelo Porto, para disputar o Campeonato Italiano pela Inter de Milão (do compatriota Mourinho). O Zenit São Petesburgo, da Rússia, foi mais longe e gastou 30 milhões de euros em um ainda pouco conhecido Danny, que se destacava pelo Dínamo de Moscou.

Creditar todo o crescimento do futebol de Portugal a Ronaldo seria um erro e um desrespeito a Eusébio e Figo, por exemplo. O que pode colocar o meia-atacante do Manchester em outro nível em relação aos seus antecessores é a possibilidade de levar o país a um estágio diferenciado, porém permanente no futebol.

E é aí que o virtual ganhador do prêmio de melhor do mundo deste ano vive o seu grande desafio, já que os resultados do time pós-Euro estão longe de serem animadores.

Com Carlos Queiroz como substituto de Scolari no banco de reservas, Portugal tem acumulado fracassos. Os mais emblemáticos foram a derrota em casa para a Dinamarca (3 a 2) e o empate sem gols com a Albânia, em Braga.

A fase ruim já compromete a participação do país na próxima Copa do Mundo. Com apenas cinco pontos em quatro jogos, a seleção portuguesa ocupa a terceira colocação do Grupo 1 e tenta afastar o fantasma que a atormentava na era pré-Ronaldo, os resultados inconstantes.





Fonte: Folha Online

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