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Saúde
Sexta - 14 de Novembro de 2008 às 10:07

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Por dia, 4 mil novos casos de diabete são diagnosticados em todo o mundo. Deste total, cerca de 200 são de crianças com até 14 anos de idade. Segundo a International Diabetes Federation (IDF), a diabete do tipo 2, até pouco tempo tida como "doença de adulto", vem crescendo, nos últimos anos, entre crianças e adolescentes. Por essa razão, o Dia Mundial da Diabete, realizado nesta sexta-feira, é dedicado, pelo segundo ano consecutivo, à prevenção e ao combate da doença nesta faixa etária.

Como parte das atividades do Dia Mundial da Diabete, cerca de 300 monumentos em 25 países serão iluminadas com a cor azul. No Rio, o Cristo Redentor, uma das sete novas maravilhas do mundo, receberá iluminação especial, a partir das 20h30. O objetivo da campanha é alertar a população para a importância do diagnóstico precoce e para a mudança de estilo de vida.

"A medida mais importante a ser tomada para evitar a diabete do tipo 2 é aprender a controlar o peso. Para tanto, basta adotar alimentação saudável e praticar atividades físicas. Quase metade dos diabéticos nem desconfiam que sofrem da doença. Um simples exame de sangue já é capaz de dizer se o nível de glicose está acima do normal", afirma Ricardo Meirelles, diretor do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (Iede).

Diabética desde os 7 anos, a estudante Larissa Pinheiro, hoje com 14, garante que a doença nunca a impediu de levar uma vida normal. Prova disso são as 22 medalhas que conquistou em campeonatos de natação, futebol, ginástica olímpica e escalada. Além disso, Larissa nunca precisou abrir mão de saborear pão de batata na hora do recreio ou degustar brigadeiro nas festas dos amigos do colégio.

"Entre as muitas atividades que pratico, sempre dou uma parada para medir a glicose e, quando necessário, aplicar a insulina. Hoje em dia, já percebo com facilidade quando a glicose está baixa ou alta. Quando noto que está descontrolada aplico a insulina dentro da sala de aula mesmo. É só um furinho e não dói nada. No recreio, jogo vôlei e lancho normalmente com meus amigos", descreve Larissa, que inicia segunda as aulas de handebol.

Na opinião da endocrinologista Cláudia Pieper, da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), crianças e adolescentes, como Larissa, muitas vezes incorporam a rotina de medições de glicemia e de aplicações de insulina até mais rapidamente que muito adulto.

"Desde que mantenham a glicemia sob controle, podem consumir doces e bolos ocasionalmente. Na verdade, não estimulo o consumo de açúcar, mas também não o proíbo. A única recomendação que faço é que a exceção não vire regra", ressalta.

Controle da doença é vital

Até 2025, o Brasil deve passar do oitavo para o quarto lugar no ranking mundial de portadores da diabete acima dos 18 anos. O número de brasileiros que vivem com a doença chegaria a 17,6 milhões - um número quase 2,5 vezes maior que os atuais 7,3 milhões de adultos.

Conhecida pelo nome científico de diabetes mellitus, é causada por uma disfunção do pâncreas, que deixa de produzir total ou parcialmente a insulina, que controla o nível de glicose no sangue. O Dia Mundial da Diabete é lembrado em 14 de novembro como referência a Frederick Branding, um dos descobridores da insulina.

"Se a pessoa não apresenta sintomas, como sede intensa e urina em excesso, mas já passou dos 40, convém fazer um controle anual da doença", sugere Jackson Caiafa, presidente da Associação Carioca de Diabetes (ACD).

Desempenho escolar afetado

Uma recente pesquisa dinamarquesa revelou que monitorar a glicemia e aplicar insulina não são os únicos contratempos a que crianças e adolescentes portadores da diabete estão sujeitos.

Segundo o estudo realizado em 13 países, inclusive o Brasil, dos 9,2 mil diabéticos analisados, 3,6 mil deles - o equivalente a 40% - faltaram aula, pelo menos uma vez ao ano, por causa da doença. Além disso, 60% não conseguem seguir o tratamento adequado durante o ano letivo.

Segundo a pesquisa, 25% dos jovens afirmam que a doença prejudica o rendimento escolar e 90% não contam com enfermeira no colégio para auxiliar no tratamento.

"O número de faltas no Brasil é o dobro do de outros países. Quando os filhos têm alguma complicação, os pais ficam inseguros para mandá-los ao colégio. Além disso, boa parte dos professores não sabem como lidar com alunos diabéticos", avalia o endocrinologista Luís Eduardo Calliari.





Fonte: O Dia

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