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Educação/Vestibular
Quinta - 07 de Agosto de 2008 às 07:22

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A mudança de critério adotada pelo MEC para avaliar as universidades fez com que 214 cursos deixassem de estar nos patamares mais baixos (notas 1 e 2), considerados pelo próprio governo como sem condições de qualidade para funcionar e que sofrerão fiscalização mais próxima do ministério.

Na outra ponta, 86 deixaram de ser considerados "referência" (nota 5). A análise inclui as 16 áreas avaliadas pelo MEC.

A diferença ocorre porque, neste ano, o governo federal criou um novo indicador, o conceito preliminar.

Ele considera o desempenho e a evolução dos estudantes no Enade (o antigo provão), o perfil do corpo docente (como número de professores com dedicação integral) e a percepção dos alunos, com base nos questionários do Enade.

Até 2007, o MEC adotava como padrão para avaliar os cursos apenas os dados referentes à prova (conceito Enade).

Se fosse mantida essa lógica, 722 cursos ficariam com notas 1 ou 2 (42% a mais do que no conceito preliminar).

Por outro lado, o número de cursos com nota 5 também subiria, de 48 para 134 (180% de acréscimo).

O presidente do Inep (instituto do MEC que realiza a avaliação), Reynaldo Fernandes, diz que não houve intenção de diminuir o número de cursos com notas baixas ou no "topo".

As avaliações divulgadas pelo MEC são utilizadas como propaganda por escolas para atrair alunos aos seus vestibulares.

"Primeiro, desenvolvemos a nova metodologia. Depois, vimos que isso iria ocorrer", afirmou. "Quisemos tornar a avaliação mais completa. Agora, para ter nota 5, é preciso ir bem em tudo. E, para ir mal, também precisa ir mal em tudo."

Metodologia

O conceito Enade, que faz parte do conceito preliminar, avalia o conhecimento dos universitários. Ele é calculado a partir do resultado dos alunos na prova de conhecimento geral, aplicada a todos os cursos, e na prova de conhecimentos específicos de cada área.

Ele tem a pretensão de mostrar o curso que forma os melhores profissionais.

Resolvem a prova tanto os calouros quanto os formandos dos cursos, por amostragem.

Outro índice é o IDD (Indicador de Diferença de Desempenho), que mede o conhecimento agregado pelos cursos aos estudantes. Ele é calculado a partir da diferença entre o desempenho dos formandos de 2007 e o dos ingressantes de 2004.

Nesta edição do exame, a novidade é o CPC (conceito preliminar de curso), calculado a partir do conceito Enade, do IDD e dos chamados insumos do curso --recursos pedagógicos, infra-estrutura e qualificação do corpo docente.

Parte da nota do item "insumos" é calculada a partir de avaliações dos próprios alunos sobre as aulas práticas e os planos de ensino das disciplinas.

O conceito será final apenas após a visita da comissão do MEC (que será obrigatória aos cursos notas 1 e 2 e optativa para os demais). Os cursos são avaliados a cada três anos.





Fonte: Folha de S.Paulo

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