Governo estuda fim de critérios para promoções
Maggi vai assinar decreto que reduz intertício e acaba com limites quantitativos; Novacki e Maia devem levar vantagem
O governador Blairo Maggi está prestes a assinar um decreto que reduz o intertício (tempo mínimo de permanência nos postos na carreira militar) e acaba também com os limites quantitativos para, assim, todos majores terem direito de concorrer a promoções de tenentes-coronéis, mesmo aqueles com menos de 3 anos no posto.
Essas mudanças foram sugeridas pelo major Eumar Novacki, secretário-chefe da Casa Civil, e pelo chefe de gabinete do governador, tenente-coronel Alexander Maia. Os dois militares são espécies de conselheiros do governador.
Novacki e Maia tendem a ser beneficiados com isso. Ambos foram promovidos em 2006. As promoções dentro da PM envolvendo oficiais e praças ocorrem geralmente em 3 datas: 21 de abril, 5 de setembro, dia da fundação da Polícia Militar; e 25 de dezembro. Ao todo são 19 cadeiras de coronéis. Hoje, um tenente-coronel ganha R$ 9 mil, um coronel recebe o teto do governador, que é de R$ 13 mil. Usufrui de uma série de privilégios e regalias e geralmente atuam em comandos regionais e, como membros de um Conselho, ajudam nas decisões de cúpula.
A partir dessas duas novas propostas, Novacki poderá sair de major e ser promovido pelo governador a tentente-coronel no final deste ano e já com perspectiva de chegar a coronel em abril de 2009. Já Maia sonha com o posto de coronel em dezembro, o que lhe garantiria o privilégio de, por exemplo, de tornar comandante-geral da PM.
O decreto do governador trará polêmica na corporação. Uns vão se beneficiar, enquanto outros já se mostram frustrados com a expectativa de serem promovidos.
Nada menos que 30 dos 54 tenentes-coronéis esperam por promoção, que hoje se limita ao critério de merecimento, mas são avaliados várias requisitos como a ficha curricular, as unidades onde o militar serviu, os cursos realizados, a conduta e a carreira profissional. Entre os mais antigos na fila erstão Percy Taborelly, Paulo Cezar Revelli, o próprio Alexander Maia, Celso da Silva Fernandes, Antonio Ribeiro de Moraes, Ubaldo Souza Figueiredo e Evandro Roxo Medeiros.
Hoje, para o militar sair de segundo para primeiro-tenente são necessários ao menos 3 anos de posto e, daí para capitão, são ao menos mais 2 anos. Já de capitão para major exige-se no mínimo 4 anos de atuação e outros 3 para se chegar a tenente-coronel. A partir do novo decreto, com redução do intertício e o fim dos limites quantitativos, o governo poderá promover quem quiser.
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