MPE mantém posição sobre ''fichas-sujas'' e estuda pedir impugnação de 18 que pretendem disputar Câmara de Cuiabá

Em reunião com os cinco concorrentes à prefeitura de Cuiabá e representantes de partidos políticos, o procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, frisou nesta segunda-feira que a promotoria eleitoral vai continuar apresentando à Justiça pedidos de impugnação de registro de candidaturas contra os candidatos condenados, em primeira instância, por crimes contra a economia popular, administração pública, fé pública, patrimônio público, mercado financeiro e tráfico de drogas, além de delitos eleitorais e atos de improbidade.

“Se os sujeitos têm cara de pau (para se candidatar), se o Judiciário permitir (as candidaturas) e se a população votar (nesses candidatos), daí é outra coisa. O Ministério Público tem vergonha na cara”, disse Prado. O Ministério Público Eleitoral também vem considerando contas de ex-gestores e gestores julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas.

“Vamos pedir a impugnação de registros independentemente de haver ou não decisão transitada em julgado. Sentença condenatória em primeira instância já embasa o pedido. Mas vou avaliar ‘caso a caso’ sob a luz da moralidade pública”, complementou o promotor Marcos Machado. Ele informou que vem estudando a possibilidade de pedir a impugnação de 18 candidatos a vereador na capital.

Ainda segundo o promotor, os cinco candidatos a prefeito não correm o risco de virar alvo de pedido de impugnação. Conforme o Olhar Direto antecipou em levantamento junto às respectivas comarcas, Tribunal de Justiça, Justiça Federal, Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça, apenas o prefeito Wilson Santos (PSDB), que vai disputar a reeleição, figura em processo de improbidade administrativa. “O MPE não está se baseando na lei”, comentou José Antonio Rosa, ex-procurador-geral do município e coordenador jurídico da campanha do tucano.