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Saúde
Sexta - 30 de Maio de 2008 às 12:41

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Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou este ano que o tabaco matou 100 milhões de pessoas no mundo no século 20 e deve matar 1 bilhão de pessoas até 2100, caso o número de fumantes não caia consideravelmente. Segundo a Organização das Ações Unidas (ONU), o consumo aumentará nos países em desenvolvimento como conseqüência da estratégia da indústria do fumo de captar jovens e sobretudo mulheres nessas nações, que já concentram 80% dos fumantes de todo o mundo. Brasil e o México são os dois países com maior número de fumantes na América Latina.

Pesquisa realizada pela Med-Rio Check Up, empresa que atua há 18 anos no segmento de medicina preventiva, entre os anos de 1990 e 2007 com 40 mil executivos e executivas entre 30 e 60 anos, constatou um aumento de 10% no número de mulheres fumantes. Com os homens, aconteceu o contrário: 17% dos examinados diminuíram o hábito de fumar. o diretor médico da Med-Rio Check-up, Gilberto Ururahy, acredita que o resultado se deve ao fato de as mulheres serem mais sujeitas aos sintomas de depressão e ansiedade, encontrando no cigarro um facilitador para manutenção do equilíbrio.

"O efeito da nicotina no cérebro interfere com o da serotonina e o da dopamina, o que dá a sensação de saciedade e gratificação. Mesmo para as mulheres sem quadros emocionais, como depressão, esse efeito traz alívio, já que são comuns sintomas semelhantes de desequilíbrio por conta das alterações hormonais (tensão pré-menstrual e menopausa)", explica Gilberto.

O médico afirma que, no mundo, 48% dos homens e 12% das mulheres fumam, o que faz das mulheres um alvo do marketing das indústrias.

"Para as mulheres fumantes, é recomendado não fazer uso de pílulas anticoncepcionais, pois foi observado que essa associação representa mais riscos de infarto, derrame e trombose venosa", alerta.

No Brasil, as doenças relacionadas ao fumo matam cerca de 200 mil pessoas por ano, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer).

A melhor forma para controlar doenças que podem ser causadas pelo cigarro, como a taquicardia, hipertensão arterial, intoxicação e bronquite crônicas, enfisema pulmonar, gastrite, doenças coronarianas, além de claro, o câncer, é a prevenção.

"Todas essas doenças podem ser diagnosticadas através do check-up, que deve ser realizado anualmente em homens e mulheres a partir dos 35 anos", defende Gilberto.

Ainda de acordo com o especialista, praticamente 27% de todos os casos de câncer de pulmão estão diretamente ligados ao tabagismo.

"Um indivíduo que fume um maço de cigarros por dia tem um risco 20 vezes maior de desenvolver um câncer de pulmão do que um não-fumante", afirma.

O cigarro do Brasil é o 6º mais barato do mundo.

"É óbvio que o baixo custo torna o consumo mais fácil. Deveríamos igualar os preços aos padrões internacionais. Essa medida dificultaria a aproximação dos jovens com o cigarro", sugere Gilberto.

A indústria do tabaco movimenta cerca de R$ 8,5 bilhões por ano no Brasil, gerando uma arrecadação de impostos que chega a 70% do mercado legal, ou R$ 4,6 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo). O comércio clandestino responde por R$ 1,9 bilhão.





Fonte: Portal do Consumidor

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