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Saúde
Terça - 20 de Maio de 2008 às 10:37

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Cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, reativaram um fragmento de DNA de um animal extinto há mais de 70 anos, o tigre-da-Tasmânia.

Eles extraíram material genético de um animal da espécie que vinha sendo preservado em um museu há 100 anos e implantaram o seu DNA no embrião de um rato.

Segundo os pesquisadores, a intenção é observar a função biológica do material genético e a resposta funcional do DNA em outro organismo vivo.

A equipe observou que o DNA do animal extinto voltou a funcionar e agiu de maneira similar ao gene equivalente dos ratos, auxiliando na formação de uma parte da cartilagem do embrião, que mais tarde iria formar os ossos. Essa observação oferece informações sobre a função genética da espécie em extinção.

O último Tigre da Tasmânia conhecido morreu em cativeiro em 1936, no Zoológico Hobart, na Austrália. O mamífero marsupial carnívoro, também conhecido como lobo-da-Tasmânia, foi caçado até sua extinção, no início do século passado, mas vários museus ao redor do mundo ainda guardam amostras de tecidos do animal preservados em álcool.

Registro

"Até agora só conseguimos examinar as seqüências genéticas de animais extintos mortos. Essa pesquisa foi criada para seguir um passo adiante, ao examinar a função de um gene extinto em um organismo completo", disse Andrew Pask, que liderou o estudo.

Pask afirma ainda que a pesquisa, publicada na revista científica "Public Library of Science One", é importante porque pode permitir acesso a um conhecimento que se acreditava perdido. "Cada vez mais espécies de animais estão em extinção, e estamos perdendo um conhecimento crítico sobre suas funções genéticas e seus potenciais", disse.

Segundo ele, trata-se da primeira vez que o DNA de uma espécie em extinção é usada para induzir uma resposta funcional em outro organismo vivo.

"Em uma época onde as taxas de extinção estão crescendo em ritmo alarmante, especialmente entre os mamíferos, o resultado da pesquisa é importante", afirmou Marilyn Renfree, que participou do estudo.

"Para as espécies que ainda não se tornaram extintas, nosso método demonstra como o acesso à sua biodiversidade genética pode não estar completamente perdido", afirmou Renfree.

De acordo com David Rawson, do Instituto de Pesquisa da Universidade de Bedfordshire, no Reino Unido, que participa de um projeto global intitulado Frozen Ark, que pretende preservar a informação genética de espécies ameaçadas, a pesquisa australiana oferece apenas uma visão limitada de uma parte ínfima de um animal em extinção.

"Nós temos apenas um vislumbre de um aspecto do organismo que não existe mais. Vemos somente uma pequena parte da coisa toda", disse.





Fonte: BBC Brasil

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