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Saúde
Terça - 28 de Maio de 2013 às 23:44

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Relatório divulgado nesta terça-feira (28) pelo Observatório Europeu de Drogas e Vícios (OEDT) aponta que 85 milhões de europeus adultos consumiram alguma droga ilícita em algum momento de suas vidas. Esse número equivale a um quarto da população adulta do continente.

Os dados fazem parte do Relatório Europeu sobre Drogas, divulgado pela entidade, com sede em Lisboa. Ainda de acordo com a organização, a luta contra as drogas ilícitas na Europa enfrenta "novos desafios", como a globalização e a inovação tecnológica, e pode ser afetada pelo desemprego dos jovens e pelos cortes de gastos na saúde provocados pela crise econômica.

O consumo de cocaína e maconha dá sinais de diminuição, assim como o número de usuários de heroína, mas o uso de drogas em geral "segue alto em termos históricos", alerta o OEDT.

O tráfico de drogas, por sua vez, está em constante mutação. "O mercado atual de drogas parece ser mais fluido e dinâmico, se baseando menos em substâncias feitas a partir de plantas enviadas de longe aos mercados europeus", esclarece o documento.

"Em 2012 foram identificadas 73 novas substâncias psicoativas" sintéticas e a comercialização delas se tornou mais fácil com a internet, de acordo com o Sistema de Alerta Rápido da União Europeia, que em 2011 identificou 49 novas substâncias.

Recorde em tratamentos
O OEDT estima que "pelo menos 1,2 milhão de pessoas receberam tratamento por consumo de drogas ilegais na Europa em 2011", um recorde, mas insiste "na necessidade de concentrar esforços na continuidade da assistência, nos serviços de reinserção e na criação de um consenso sobre o que deve ser entendido como tratamento no longo prazo", tendo em mente o exemplo da recuperação de dependentes de heroína, que pode se prolongar por vários anos.

Além disso, qualquer sinal de otimismo "deve considerar (...) que a perspectiva de desemprego juvenil e os cortes nos serviços de saúde favorecem o reaparecimento de "velhos" problemas", constata o documento.

O OEDT também lamenta "os recentes surtos de HIV relacionados ao consumo de drogas injetáveis na Grécia e na Romênia" e menciona, ainda, uma epidemia latente de hepatite C, transmitida também pelo uso de seringas compartilhadas.

Veja os principais dados do relatório: 
Maconha: é a droga ilícita mais consumida na Europa (77 milhões de pessoas declaram já tê-la experimentado); mais de 3 milhões de pessoas afirmam consumir maconha diariamente. Um terço delas tem entre 15 e 34 anos; em 2012, a quantidade de resina de maconha apreendida na Europa alcançou 483 toneladas, contra 92 toneladas em 2011.

Cocaína: é a segunda droga ilegal mais consumida na Europa, embora a maioria dos consumidores se concentrem em um número relativamente pequeno de países da Europa ocidental; cerca de 14,5 milhões de pessoas experimentaram o entorpecente pelo menos uma vez na vida e 2,5 milhões de europeus jovens (1,9% deste grupo de idade) consumiram a substância no último ano; em 2011 foram apreendidas na Europa 62 toneladas de cocaína, uma queda de quase 50% desde o pico de 120 toneladas em 2006. As quedas mais expressivas são observadas na Península Ibérica, onde as interceptações combinadas de Espanha e Portugal caíram de 84 toneladas em 2006 a 20 toneladas em 2011.

Ecstasy e anfetaminas: cerca de 11,4 milhões de europeus consumiram ecstasy ao menos uma vez na vida e 1,8 milhão nos últimos doze meses; 12,7 milhões consumiram alguma vez anfetaminas e 1,7 milhão de jovens adultos (de 15 a 34 anos) o fizeram no último ano; em 2011, foram apreendidos 3,9 milhões de comprimidos de ecstasy e 5,9 toneladas de anfetaminas.

Opiáceos (incluindo a heroína): a heroína é a droga mais viciante e a que provoca o maior número de mortes, doenças e demandas de tratamento de dependência; cerca de 1,4 milhão de pessoas são consideradas "consumidoras problemáticas" (que injetam a droga em si mesmas ou que utilizam opiáceos de maneira regular ou ao longo de períodos prolongados); em 2011, foram apreendidas 6,1 toneladas de heroína, a quantidade mais baixa notificada na última década e apenas a metade da apreendida em 2001.






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