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Saúde
Terça - 15 de Janeiro de 2008 às 07:46

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Um estudo clínico mostrou que a ezetimiba --princípio ativo do Zetia, remédio usado para reduzir o colesterol-- não trouxe benefícios adicionais para a redução do espessamento das artérias, problema que pode gerar obstrução e facilitar derrames e ataques cardíacos.

A ezetimiba faz parte também da composição do Vytorin, outro remédio para redução de colesterol. Os resultados foram divulgados ontem pelas fabricantes dos produtos, os laboratórios Merck --do Vytorin-- e Schering-Plough --do Zetia.

A pesquisa acompanhou 720 pessoas com problemas genéticos de alta produção de colesterol. Nos dados preliminares, ela mostrou que a ezetimiba não trouxe benefícios adicionais aos que tomavam o Vytorin, se comparados aos que recebiam apenas a outra substância ativa desse remédio, a sinvastatina.

Segundo o cirurgião-cardíaco Robinson Poffo, "podia-se esperar que a ezetimiba tivesse algum efeito "a mais" na fórmula". Para ele, quem toma medicamentos como o Zetia quer saber se vai reduzir a chance de ataque cardíaco ou de derrame.

Porém, ele afirma que isso não é possível de detectar apenas com as informações divulgadas ontem, já que o estudo não foi desenhado para medir o risco cardiovascular.

Os dados completos da pesquisa serão apresentados em março. Segundo o "New York Times" informava em seu site ontem, a Merck e a Schering-Plough concluíram o estudo em abril de 2006, mas adiaram diversas vezes a divulgação.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou ontem que irá pedir aos laboratórios fabricantes os dados dos estudos para a avaliação das informações.

A ezetimiba é usada para impedir a absorção de colesterol pelo intestino, enquanto a sinvastatina serve para inibir a produção. O colesterol faz parte da composição de lipídios (gorduras) que, em excesso, podem se acumular nas paredes arteriais, facilitando o aparecimento de problemas cardíacos.

Apesar de a ezetimiba ter dado poucos benefícios adicionais para reduzir o espessamento das camadas arteriais, a pesquisa mostrou que o Vytorin baixou o nível de colesterol em 58%, em média, mais do que apenas a sinvastatina (41%).

Em seus sites, os laboratórios afirmaram ontem que, "em geral, o perfil de segurança" do Vytorin foi "semelhante e consistente" com a respectiva bula. Eles não comentaram na internet, entretanto, a possível ineficácia da ezetimiba.

A gerente médica da Merck, Senhorinha Magalhães, afirmou que ainda não é possível explicar as causas do resultado e que nem o próprio autor se manifestou.

Ela chamou a atenção para o fato de os pacientes analisados terem uma doença genética de produção de colesterol, que geralmente provoca índices de colesterol muito acima dos normais.

Outros remédios têm como princípio a ezetimiba, como o Ezetrol (Merck) e o Zetsim (Schering-Plough), que é semelhante ao Vytorin.





Fonte: Folha Online

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