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Meio Ambiente
Quarta - 26 de Dezembro de 2007 às 14:50

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Números do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes) apontam um dado assustador: o desmantamento em Mato Grosso voltou a níveis inaceitáveis nos últimos seis meses com um aumento de 130%. Segundo o Prodes, o desmate em território mato-grossense só perde para Rondônia, que registrou um acréscimo de 600% na agressão sobre a floresta tropical.

O percentual de desmate em Mato Grosso é procupante, sobretudo porque vai contra a nova política de controle ambiental do governador Blairo Maggi, que foi ao encontro mundial de Bali e defendeu um rígido monitoramento a floresta tropical, além da compensação financeira sobre os desmates. E também vai contro o nível desmatamento na região da floresta tropical que, entre agosto de 2006 e julho de 2007, caiu 20% em relação ao período 2005 e 2006.

Já o índice de execução das multas relativas ao desmatamento na região amazônica é de pífios 2% e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) não consegue agir com relação aos proprietários de terras que agem de forma ilegal. Em Mato Grosso, o nível de execução das multa também é baixo.

Como medida de contenção dos abusos, na última sexta-feira, o presidente Lula assinou um decreto que prevê a edição, por parte do Ministério do Meio Ambiente, de listas anuais de municípios prioritários para ações preventivas de controle dos desmatamentos. Inicialmente, entre 32 e 35 municípios responsáveis por 45% dos desmatamentos na Amazônia devem integrar a lista, boa parte deles está em Mato Grosso, Rondônia e Pará.

O presidente também criou o Grupo Permanente de Responsabilização Ambiental, com participação de ministérios, da Polícia Federal e de entidades de fiscalização. O objetivo é elaborar as estratégias de combate integrado ao desmatamento por parte dos órgãos federais, em articulação com os estados. E um dos principais desafios será, segundo a assessoria do MMA, aumentar o índice de penalização efetiva decorrente das infrações ambientais.

O governo federal estima que o desmatamento foi provocado pela expansão das fronteiras agrícolas, com um aumento da área de lavouras no país de 83,5% em relação a 1996 e queda na área de pastagens de cerca de 3%. Na Região Norte houve o maior aumento relativo na área de lavoura: 275,5%.

Na avaliação do Greeenpeace a expansão dos biocombustíveis reforça as pressões sobre a Floresta Amazônica. Isso porque atividades típicas do centro sul, como a pecuária, estariam saindo dessas áreas com a chegada da cana e migrando para a Amazônia. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por sua vez, não entende a produção de cana-de-açúcar ou soja na região norte do país como algo impeditivo, desde que o governo determine regras claras para a expansão agrícola.





Fonte: Olhar Direto

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