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Internacional
Domingo - 02 de Dezembro de 2007 às 15:16

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Se dizendo certo da vitória do "sim" no referendo da reforma constitucional venezuelana, neste domingo (2), o presidente Hugo Chávez voltou a ameaçar os suprimentos de petróleo fornecidos para os Estados Unidos, caso os norte-americanos interfiram no resultado da votação.

“Os Estados Unidos e o mundo têm que aceitar a vontade democrática do povo venezuelano”, disse Chávez em entrevista coletiva a 35 veículos de comunicação internacionais.

“Sei que os Estados Unidos apóiam planos para desestabilizar o país. Se isso acontecer, fechamos a chave do envio de petróleo. Podemos perder um pouco com isso, mas eles perdem mais.”

Os venezuelanos irão às urnas neste domingo (2) para votar no referendo que decidirá as mudanças na nova Constituição do país. O assunto é polêmico e vem provocando enfrentamentos entre estudantes e policiais há vários dias. Clique aqui para entender como funciona a reforma constitucional.

Hitler e CNN

Durante a entrevista, Chávez disse que Adolf Hitler poderia ser o dono da rede CNN, em função da “manipulação” do canal de notícias americano em relação a sua pessoa. “A CNN adora colocar minha imagem ao lado da [do líder da Al-Qaeda] Bin Laden ou em seqüência. Isso é fascismo; Hitler poderia ser o dono da CNN", afirmou.

Chávez reiterou que vai processar o canal porque, nesta semana, mostrou seu rosto durante sete segundos com um letreiro que dizia “quem o matou?”. Para ele, isso é uma "clara instigação ao magnicídio [assassinato de pessoa ilustre]".

A CNN se desculpou pelo erro em um comunicado publicado por sua sede em Atlanta, e disse que o faria três vezes em seu serviço de informação. Chávez ironizou: "erro? Quantos erros, essa cadeia comete muitos erros. Como erra a CNN, segundo eles, mas eu acho que não foi um erro".

O presidente chegou a se dirigir a uma conhecida apresentadora da CNN, presente na entrevista coletiva. "A culpa não é sua, Patricia Janiot, a culpa é de seus chefes".

Rei da Espanha

Chávez falou ainda da celeuma entre ele e o rei da Espanha, Juan Carlos. Disse que está analisando os contratos dos bancos espanhóis no país e que continua esperando um pedido de desculpas. O presidente venezuelano disse que o rei Juan Carlos havia lhe "enviado uma mensagem" e que espera que a suposta reflexão do soberano se torne pública.

Segundo Chávez, pode haver um contato entre as partes nos “próximos dias”, relacionado ao fato de o rei espanhol ter mandado que ele se calasse durante uma reunião da Cúpula Ibero-Americana, em Santiago do Chile.

A relação com a Colômbia também foi abordada. O presidente venezuelano disse que falta vontade política de Álvaro Uribe para fazer a paz com as Farc.

Partidários lotam as ruas

Na sexta-feira (30), milhares de partidários do presidente Hugo Chávez celebraram o fim da campanha pela aprovação da proposta do governo.

Depois de a oposição surpreender, lotando nesta quinta-feira (29) a avenida Bolívar no encerramento da campanha pelo "Não" à reforma constitucional, os chavistas responderam hoje pintando grande parte da cidade de vermelho e reunindo grupos muito maiores, tanto na mesma avenida, que corta o centro da cidade, quanto nas ruas e bairros próximos.

É difícil fazer uma comparação exata sobre a presença de apoiadores nos dois dias porque não foram divulgados, até agora, números oficiais sobre o público participante nos eventos.

Mas mesmo a cinco estações de metrô de distância, na zona leste da Caracas, centenas de pessoas andavam pelas ruas com camisetas e cartazes pelo "Sim", fazendo festas paralelas à reunião organizada para a avenida Bolívar.

Conhecidos pela falta de pontualidade, os venezuelanos já enchiam boa parte das avenidas Bolívar e a vizinha México, onde a festa estava marcada para começar às 14h, desde duas horas antes do horário marcado para o início do evento.

"Estamos aqui para apoiar Chávez, acima de tudo", repetiam aos gritos e em camisetas os apoiadores do presidente venezuelano. O comandante da "revolução bolivariana" era o grande astro da festa. Mesmo antes de aparecer para seu discurso, marcado para as 16h (18h em Brasília), Chávez já estava presente em cartazes, camisetas, broches, como bonecos gigantes e pequenos.

"Trouxe 30 bonecos e já vendi quase todos", disse, às 12h45, um vendedor de bonecos do presidente Chávez, próximo ao palco montado no mesmo local onde estava, na véspera, o dos opositores.

Além de Chávez e Fidel, não podia faltar o grande ícone do socialismo latino-americano, Ernesto Che Guevara, representado por um sósia, devidamente vestido como "El Che", de moto em plena avenida, com um charuto na mão. "Eu sou Che, e vim ajudar meu amigo Chávez", disse o sósia, cercado de "fãs", que pediam autógrafos e tiravam fotos.

Otimismo

A confiança na vitória vista na quinta-feira foi repetida na sexta pelos chavistas. "Vamos ganhar o referendo com 75% dos votos", disse outro educador social, Domigo Mijares, que repetia o discurso de que a reforma vai aprofundar um processo de mudança rumo ao "socialismo real".

"Vamos ganhar, porque não conseguem mais nos governar pela ignorância", disse Mariano. "Agora o povo lê, se informa. Dizem que a reeleição indefinida vai fazer de Chávez um ditador porque sabem que ele será reeleito na próxima eleição, mas não pelo poder, pela manipulação, apenas porque o povo vai reconhecer as mudanças no país."




Fonte: G1

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