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Educação/Vestibular
Quinta - 29 de Novembro de 2007 às 07:55
Por: Célia Bernardes

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Numa sociedade como a do Brasil atual, marcada pela violência que muitas vezes permeia as relações sociais e atinge praticamente todas as classes sociais e com maior intensidade os jovens e adolescentes, é urgente pensarmos a educação como uma atividade que extrapola a tradicional, porém insuficiente. É preciso repensar a concepção dominante no meio educacional, instaurando novos paradigmas. Entre eles, o conceito de que "Educar é criar espaços de convivência" é um dos mais importantes. E a Mediação Escolar é um dos instrumentos facilitadores da implantação desses espaços de convivência.

A cultura contemporânea exige dos educadores um movimento no sentido de buscar novas metodologias que enfoquem a convivência pacífica nas escolas e ajudem a estancar a violência exibida na mídia e a vivida pelos alunos e educadores em geral, situação que muitas vezes chega a um estágio-limite de tensão e impede o desenvolvimento do ensino e do aprendizado de forma adequada.

A proposta de educação para o planeta neste século 21, deve basear-se nestes quatro pilares:

Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a conviver, e Aprender a ser.

Este tem sido um dos grandes desafios da educação. Sabemos que, desde as primeiras séries, "ensinar a conviver" é o enorme desafio atual das escolas. Hoje em dia, em diversos paises, recorrer à metodologia de "Mediação de conflitos" tem se revelado um instrumento muito útil para o sistema educacional.

A Mediação de conflitos, por se basear na reflexão e no diálogo, dá aos educadores ferramentas que ajudam a construir espaços de convivência pacífica, abandonando a idéia da competição e buscando relações, interações, baseadas na cooperação.

Assim, os programas de Mediação escolar cumprem um papel preventivo no sentido de criar novas maneiras de interação social, substituindo o combate físico e a violência por meios mais construtivos de resolver disputas.

Existem vários formatos de implementação dos recursos da Mediação no ambiente escolar, tais como:

capacitar alunos a resolverem os conflitos entre os colegas, também chamada de mediação de pares;

capacitar a equipe de professores, orientadores, coordenadores e diretores para empregar mecanismos de mediação escolar, em vez de adotarem instrumentos de coerção ou repressão pura e simples, em geral ineficazes e que apenas potencializam os sentimentos de revolta entre os jovens;

capacitar pais, também no sentido de compreenderem o conceito de mediação, estimulando-os a empregá-lo na relação com os filhos/estudantes;

incluir o tema da resolução de conflitos no currículos escolares, como um tema transversal e importante para auxiliar as atividades docentes e educacionais em geral. A idéia de ensinar a não-violência na escola, mesmo que apenas constitua um instrumento, entre outros, para lutar contra os preconceitos geradores de conflitos, é bastante louvável, por seu potencial de reflexão e mudanças nas atitudes dos jovens em relação aos colegas, professores e funcionários do sistema escolar, além de extrapolar de forma positiva para a sociedade.

A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência da diversidade da espécie humana, suas semelhanças e interdependência entre todos os seres humanos do planeta. Desde tenra idade a escola deve, pois, aproveitar todas as ocasiões para essa dupla aprendizagem. Portanto, desenvolver esta atitude de empatia na escola é muito útil para os comportamentos sociais ao longo de toda a vida.

Ensinando os jovens a compreender, por exemplo, a perspectiva de outros grupos étnicos ou religiosos pode evitar incompreensões geradoras de ódio e violência entre adultos e mesmo entre a juventude. A mediação educacional, sem dúvida, é um dos mais poderosos instrumentos disponíveis para efetuar essa mudança de paradigma no ambiente escolar e, por decorrência, na sociedade. Afinal, o estudante de hoje é o adulto/profissional, liderança política, empresarial, sindical etc., de amanhã.

(*) Célia Bernardes é psicóloga, e integra o Grupo de mediação da Methow Consultoria





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