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Internacional
Sábado - 24 de Novembro de 2007 às 22:36

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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que se sente traído pelo colega colombiano Alvaro Uribe e afirmou que a suspensão de sua mediação para uma troca humanitária na Colômbia afetará as relações bilaterais, ao mesmo tempo em que insiste em prosseguir com suas gestões.

"Me sinto traído em minha boa fé. Isto vai afetar as relações bilaterais. Uribe rompeu um compromisso porque devia me ligar para esclarecer o ocorrido. Isto é muito grave e tomo nota", dijo Chávez.

Chávez exigiu explicações a Uribe e acusou setores da Colômbia de prejudicar as gestões para uma troca entre seqüestrados da guerrilha colombiana das Farc e rebeldes prisioneiros na Colômbia, durante uma entrevista ao canal estatal VTV.

"Eu digo ao presidente Uribe que deveria esclarecer porque seus porta-vozes deixam vazar informações à imprensa, lançando sobre mim uma sombra de dúvida", disse.

A suspensão do processo de troca humanitária "é lamentável, há muitas pressões em torno de Uribe e muitos manejos ali que agora eu conheço melhor porque estive perto", afirmou em uma entrevista a um programa da VTV na sexta-feira à noite, que entrou pela madrugada e teve duração de mais de quatro horas.

"Esta decisão do presidente Uribe foi uma coisa estranha, brutal e é produto das pressões que se exercem sobre ele", disse. Uribe, alegando falta de método e de discrição", acabou na quarta-feira com o trabalho de mediação de Chávez e da senadora de oposição Piedad Córdoba para a troca de 45 reféns por 500 guerrilheiros presos.

"Comprovei que existem muitas pessoas perto de Uribe, e com muito poder, que não querem o acordo humanitário. Não me atrevo a dizer que ele não o queira", acrescentou Chávez.

Segundo o presidente da Venezuela, alguns setores divulgaram a tese de que foi violado um acordo com Uribe. "Isto é totalmente falso, eu não violei nada", disse. "A causa do aborto do processo é que Uribe aceitou autorizar a instalação de um diálogo com o líder das Farc, Manuel Marulanda, se estas libertassem um grupo de reféns", disse.

Apesar da decisão de Uribe, Chávez pediu na noite de quinta-feira a Marulanda que envie provas de vida dos reféns.

"Como o processo já começou e há coisas que não podem parar (...), eu espero que as Farc me façam chegar as provas de vida", afirmou, antes de oferecer o território venezuelano para a libertação dos reféns.

O ministro colombiano da Defesa, Juan Manuel Santos, descartou que Chávez volte a atuar como mediador. "Uribe foi muito claro sobre as razões pelas quais suspendeu a mediação de Chávez. Esta decisão é irreversível", disse.

No entanto, a senadora colombiana Piedad Córdoba, que também era mediadora do plano para a troca de seqüestrados por rebeldes presos, anunciou que entregará a Chávez, em Caracas, uma prova de vida de um dos policiais raptados das Farc.

A respeito desta prova, a polícia colombiana acusou o jornalista William Parra, do canal Telesur, de manipular provas de vida de um oficial da corporação que é refém das Farc, com o objetivo de apresentar as mesmas como resultado da mediação, suspensa quinta-feira, do presidente venezuelano Hugo Chávez.

O chefe de polícia, general Oscar Naranjo, disse estar "seguro de que o senhor Parra está manipulando esta informação", pois a prova de vida - uma entrevista com o seqüestrado no local de cativeiro - é conhecida há um mês.

"O que está fazendo é apresentar esta prova de sobrevivência, que foi conhecida pela família e pela equipe de investigação há aproximadamente um mês, como se fosse o resultado das gestões humanitárias que o presidente Chávez realizava com as Farc", disse Naranjo à radio Caracol.

Ele denunciou ainda que o jornalista entrou em contato neste sábado com a família do capitão Guillermo Solórzano - seqüestrado no dia 4 de junho - e a está pressionando para que afirme que o vídeo foi produzido nos últimos oito dias.

Naranjo anunciou que foi aberta uma investigação conjunta com a promotoria para "determinar qual é o papel real que o senhor Parra está desenvolvendo em relação ao seqüestro do capitão Solórzano e o que explica sua relação direta com as Farc".

Ao revelar a existência do vídeo, Parra manifestara previamente que este fora gravado há três semanas.





Fonte: AFP

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