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Saúde
Quinta - 22 de Novembro de 2007 às 07:02

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A presença do vírus HIV nos jovens com idade entre 13 e 19 anos mudou de sexo na última década. Em 1997, havia 273 meninos e 258 meninas infectados pelo vírus. Em 2006, eram 223 meninos e 368 meninas contaminadas.

Os dados fazem parte do Boletim Epidemiológico Aids/DST, divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Ministério da Saúde.

A mudança se deve principalmente a fatores sociais, avalia a diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão.

Segundo ela, estudos de comportamento mostram que, nas relações sexuais eventuais, 80% dos meninos usam preservativo e apenas 40% das meninas exigem o uso da camisinha.

“Temos um trabalho muito grande para conscientizá-las e romper barreiras socioculturais que dizem que uma menina não pode sair para uma festa com preservativo na bolsa sob risco de ser mal interpretada. Ela não leva e, na hora H, não tem para usar”.

O boletim mostra que, em todas as faixas etárias, o número de mulheres contaminadas tem aumentado.

Em 1985, a cada 15 homens infectados havia uma mulher contaminada. Em 2006, a relação passou de 1,5 homem a cada uma mulher.

A maior parte dos casos de contaminação no país concentra-se na faixa etária de 25 a 49 anos, tanto em homens como em mulheres.

Mas tem aumentado o número de pessoas infectadas que têm mais de 50 anos de idade. Em 1996, eram 1.257 pessoas com idade entre 50 e 59 anos. Em 2006, esse número passou para 3.154.

A pesquisa também confirma a tendência de queda no número de casos entre homossexuais ou bissexuais e o crescimento entre heterossexuais.

Em 1996, entre os homens que tinham o vírus HIV, 29,4% eram homossexuais ou bissexuais. Em 2006, foram 27,6%. Já o percentual de homens heterossexuais contaminados pelo vírus passou de 25,6%, em 1996, para 42,6% no ano passado.

Uma novidade apresentada no boletim é que vem caindo o número de usuários de drogas injetáveis infectados pelo HIV.

Em 1996, 23,6% dos casos registrados em homens eram de usuários. O número caiu para 9,3% no ano passado. No caso das mulheres, esse percentual baixou de 12,6% para 3,5% no mesmo período.

Segundo a diretora do programa DST e Aids, o principal motivo da queda é a adoção de programas de redução de danos para usuários de drogas injetáveis, apesar de esse sistema ainda sofrer reações conservadoras de alguns setores da sociedade.

Ela também cita como fatores para a diminuição estatística a morte de usuários de drogas e a mudança do padrão do uso de droga no Brasil, das drogas injetáveis para o crack.

De acordo com Simão, diferentemente da maior parte dos países em desenvolvimento no mundo, o Brasil permite o acesso aos medicamentos anti-retrovirais e a exames de acompanhamento.

Ela destaca o trabalho de prevenção no país, feito tanto com populações específicas (por exemplo, profissionais do sexo, grupos gays, travestis e transexuais) como nas escolas.

“O diferencial do Brasil na área de prevenção é que o país não ignora nenhum foco. Muitos outros países dizem que não existem grupos vulneráveis, mas o governo brasileiro tem uma política sobre aberta sobre isso”.





Fonte: ABr

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