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Economia
Segunda - 29 de Outubro de 2007 às 19:22

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Belo Horizonte, 29 - O avanço do plantio da cana-de-açúcar na Região do Triângulo Mineiro não irá comprometer o cultivo de outras culturas, principalmente grãos nesta região. Essa foi a defesa que fez hoje o secretário de Estado da Agricultura, Gilman Viana Rodrigues, durante debate promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Ele afirmou que o crescimento das plantações vem ocorrendo em áreas de pastagens degradadas.

"Não há expulsão de atividade clássica para a produção de etanol, diferentemente do que acontece com os Estados Unidos, que o produzem a partir do milho", avaliou o secretário. Segundo ele, a área plantada de cana-de-açúcar hoje em Minas, que corresponde a 0,8% do território do Estado, é menos da metade da do café. "É preciso entender que não há fantasma nesta paisagem", completou.

Apesar disso, o diretor de Articulação Regional e Promoção de Minas Gerais do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi), Maurício Cecílio, informou que existe uma preocupação do governo mineiro em expandir a atividade para outras regiões do Estado. Na semana passada foi anunciado o projeto de instalação de uma nova usina em Paracatu, no noroeste, onde a cana-de-açúcar será cultivada por meio de irrigação. Os investimentos previstos são de R$ 85,2 milhões para a produção de 94,4 milhões de litros de álcool/ano, a partir de 2009.

Segundo Cecílio, entre os anos de 1993 e 2006, a moagem de cana cresceu 244% no Estado. Na safra 2007/2008, a expectativa é de um aumento de 31% na produção, para 36,5 milhões de toneladas, e a área plantada deve crescer 16,8%, para 490 mil hectares. Já a produção de etanol deve apresentar um incremento de 34,75%, para 1,7 bilhão de litros. Minas é o terceiro maior produtor nacional de cana, atrás de São Paulo e Paraná. Segundo ele, a moagem de cana tem crescido, em média, 18,9% ao ano neste período.

Projeções

A preocupação do setor é quanto ao tamanho do setor no Estado dentro de dez anos. As projeções do Indi indicam uma produção de 120 milhões de toneladas de cana a partir da safra 2016/2017 em uma área de 1,411 milhões de hectares. Se forem considerados os protocolos já assinados, o incremento será de 335% entre 2006 e 2017. Atualmente o Estado conta com 27 usinas em operação, sendo 12 delas no Triângulo Mineiro.

Até 2017 outros 40 protocolos já foram assinados e mais 20 estão em análise. "O Governo de Minas tem procurado mostrar o potencial de diversas regiões do Estado para os investidores em potencial. Há uma preocupação constante para que a implantação de novos empreendimentos não gere concorrência predatória e problemas socioeconômicos para as cidades", afirmou.

ICMS

Pouco antes do início do debate, o presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas, deputado Vanderlei Jangrossi (PP), disse que a comissão apóia a reivindicação dos usineiros quanto à equiparação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços (ICMS) cobradas sobre o álcool, que é de 25% em Minas, com a de outros Estados, como São Paulo, onde a alíquota é de 12%.

Uma proposta do governo mineiro já prevê a redução do imposto, contemplando apenas o valor cobrado entre as usinas e os distribuidores, mas não entre a distribuição e o varejo. "Nós defendemos que esta redução é necessária para permitir a competitividade do Estado e o aumento do consumo interno de álcool, que hoje é pequeno", disse.





Fonte: AE

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