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Saúde
Terça - 11 de Setembro de 2007 às 08:37

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Faltam médicos e estímulo para atrair profissionais aos hospitais públicos. A remuneração por cada procedimento é baixa. Especialistas reclamam que a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) é irreal. O Ministério da Saúde promete rever esses valores.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, promete aumentar em etapas o valor pago aos profissionais em um prazo de três anos. Especialistas sabem, no entanto, que a tabela do SUS está longe de acompanhar os preços de mercado.

O Sistema Único de Saúde atende quem não tem plano privado e também quem tem o seguro, mas precisa de tratamentos como hemodiálise, transplante e remédios para aids.

Conta para o Governo

Quando alguém precisa de atendimento, o hospital conveniado – não importa se é do estado ou do município – manda a conta para o Governo federal. Todo ano, são feitas pelo SUS mais de 3 milhões de cirurgias, 300 milhões de consultas, 15 mil transplantes e mais de 2 milhões de partos.

A tabela do SUS é a referência para o pagamento de mais de 9 mil procedimentos realizados em hospitais federais, estaduais e municipais. Os médicos reclamam que os valores estão defasados: de 30% a 40% abaixo da média do mercado.

"É um valor muito baixo. Hoje, um médico, para fazer uma cirurgia de hérnia, recebe em torno de R$ 40. Ele opera o paciente, acompanha no pós-operatório com toda a responsabilidade para receber depois de 60 ou 90 dias", conta o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Tarcísio Dias.

Último reajuste

O Ministério da Saúde informa que o último reajuste geral da tabela foi de 25%, há mais de dez anos. O SUS paga por um parto R$ 317. Um ultra-som de gestante custa R$ 12,40.

"Cada ano que passa, os custos com a Saúde aumentam brutalmente. Cada medicamento novo que entra no mercado custa muito caro. Cada equipamento novo, cada exame que se faz, tudo isso gera um aumento bastante importante no custo que o sistema público tem para o atendimento às pessoas", aponta o secretário adjunto de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, João Gabbardo.

Com os R$ 2 bilhões que vão ser liberados pelo Governo para a área da Saúde, os valores de alguns procedimentos, como partos e exames de ultra-som, vão ser reajustados. Mas, de acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para atualizar a tabela, ou pelo menos parte dela, seria preciso muito mais dinheiro.

"A proposta é que, nos próximos três anos, dentro do plano que eu vou apresentar ao presidente Lula, nós tenhamos uma estratégia de recuperação gradual da tabela do SUS", afirma o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Administração

O economista Raul Velloso diz que, mesmo com mais dinheiro, é preciso administrar melhor os hospitais públicos. "Quando você coloca mais dinheiro, sempre vai ter um lugar para gastar. Enquanto isso, se não houver uma transformação, uma revolução na gestão, o usuário vai estar mal servido no Brasil", afirma.

Os secretários de Saúde dos estados do Nordeste se reuniram e devem encaminhar reivindicações ao ministro Temporão nesta terça-feira (11).





Fonte: G1

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