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Saúde
Segunda - 06 de Agosto de 2007 às 21:21

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A Semana de Aleitamento Materno termina nesta terça-feira (7) em Cuiabá. Durante o evento são ministradas palestras sobre Banco de Leite e aconselhamento de amamentação. O evento busca a reciclagem e qualificação dos profissionais que trabalham nessa área da saúde por meio de palestras orientativas sobre como coletar e guardar o leite e também de como sensibilizar as doadoras.

Amanhã será ministrada a palestra sobre "Normas e rotinas do Banco de Leite Humano (dinâmico e fechado)", das 07h às 12h. O encerramento do evento está previsto para as 15h.

Importância

Os bancos de leite materno são alternativas para as mães que não podem amamentar seus filhos, as que não têm leite ou ainda as que precisam de cuidados especiais na amamentação. Pode ser doadora de leite toda mulher saudável, que tenha excesso de leite. Mães que estejam tomando medicações controladas ou tenham alguma doença grave não podem ser doadoras.

Dados da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA) mostram que 1 milhão de mortes de recém-nascidos podem ser evitadas pela amamentação na primeira hora do nascimento. Isso porque o leite materno é rico em diversas substâncias que fortalecem o sistema imunológico do bebê. Dentre elas destacam-se os anticorpos e os prebióticos, caracterizados por fibras dietéticas que não sofrem digestão no intestino delgado, e são fermentadas no cólon, estimulando o crescimento de bactérias benéficas ao organismo, que auxiliam na prevenção de doenças alérgicas, dislipidemias e doenças neoplásicas.

A Organização Mundial de Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria enfatizam que o leite materno é o melhor alimento para o bebê e deve ser oferecido exclusivamente até os seis primeiros meses de vida. Também é indicado até dois anos ou mais, mesmo com a introdução de outros alimentos, pois a sua composição é importante para o desenvolvimento do lactente.

O pediatra Ary Lopes Cardoso, chefe da unidade de Nutrologia do Instituto da Criança de São Paulo, explica que o leite materno produzido nos primeiros setes dias de aleitamento é chamado "colostro", secreção extremamente rica em fatores de proteção como as imunoglobulinas (anticorpos). "A amamentação nesse período é a primeira forma de imunização para o bebê e deve ser estimulada", comenta o médico. Além disso, o aleitamento pode reduzir o risco de hemorragia pós-parto e de icterícia do bebê.

Os carboidratos correspondem a 35% a 44% do leite materno e a principal função é o fornecimento de energia aos bebês. Um tipo de carboidrato que chama a atenção dos médicos pediatras e nutrólogos é o prebiótico, o terceiro maior componente do leite materno. Ele estimula o crescimento de bactérias benéficas como as bifidobactérias e os lactobacilos no intestino, fortalecendo o sistema imunológico dos bebês.

Além de garantir uma microflora intestinal saudável, os prebióticos diminuem os riscos de infecções comuns na infância como as infecções respiratórias, a diarréia e os quadros de alergias. Estudos clínicos demonstram que os prebióticos reduzem significativamente a incidência de dermatite atópica (alergia na pele que causa coceira e vermelhidão) em bebês até os dois anos de vida e aumentam os níveis de anticorpos, garantindo a imunização da mucosa intestinal.

Existem casos em que a amamentação não é possível ou se torna insuficiente, sendo necessários cuidados especiais. Esse problema pode acontecer devido a inúmeras razões como depressão, presença de abcessos mamários, nos casos de mulheres soropositivas, entre outras. "O leite materno de mães portadoras de doenças infecciosas, como as retrovirais, pode funcionar como fonte de infecção à criança, por isso, o aleitamento é contra-indicado", conta o pediatra.

Composição do leite materno:

Carboidratos (35 a 44%) Fonte de energia. Os mais importantes são a lactose e os oligossacarídeos prebióticos.

Gorduras (35 a 58%) Fonte concentrada de energia que provê mais de 50% das necessidades do bebê. Rica em ácidos graxos importantes para o desenvolvimento do cérebro, da retina e dos tecidos nervosos.

Proteína (5 a 7%) Fonte de aminoácidos importantes para o crescimento e desenvolvimento da criança.

Cálcio e Fósforo Atuam na formação dos ossos e dentes

Vitamina A Envolvida nos processos de crescimento, desenvolvimento visual e integridade do sistema imunológico.

Ferro Previne a anemia




Fonte: TVCA

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