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Educação/Vestibular
Terça - 24 de Julho de 2007 às 15:43

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A automação das linhas de produção em uma indústria, sem a necessidade da intervenção humana no trabalho, faz parte das atribuições do engenheiro mecatrônico.

O profissional analisa que equipamentos são necessários para aumentar a produtividade e a qualidade das mercadorias e faz projeto, configuração e manutenção do mecanismo.

As bombas de gasolina automáticas, os caixas eletrônicos de banco e as máquinas de lavar que só funcionam quando o compartimento de sabão está cheio são outros exemplos de tecnologia mecatrônica.

Para dimensionar e elaborar todo o sistema, o engenheiro precisa entender de mecânica, eletrônica e computação --daí o nome mecatrônica. Em algumas faculdades, o curso é chamado de engenharia de controle e automação.

A graduação tem duração de cinco anos como as demais engenharias. Os primeiros semestres, em geral, correspondem a um ciclo básico com disciplinas como física, química, cálculo e computação.

"O candidato deve possuir o raciocínio abstrato necessário à matemática e computação e também o raciocínio espacial típico do mecânico", avalia Eurípedes Guilherme de Oliveira Nóbrega, coordenador do curso na Unicamp. Segundo ele, a profissão exige um conhecimento sólido dos fundamentos dessas disciplinas, assim como das áreas aplicadas de controle de sistemas e de automação.

Nóbrega ressalta que também é importante que o aluno tenha uma boa carga de experiência de laboratório -o que se reflete em várias disciplinas experimentais.

Curso

Na Unicamp, o curso é noturno e tem 50 vagas por ano. "Os alunos estão em geral classificados no vestibular entre os melhores alunos das engenharias, com uma relação candidato/vaga da ordem de 30", diz.

Na USP, com a mudança no vestibular deste ano da Escola Politécnica, o candidato escolhe a engenharia mecatrônica já no ato da inscrição. No entanto, apesar de haver essa alteração no processo seletivo, o curso continuará tendo um ciclo básico de dois anos.

"A diferença é que o estudante não terá de optar pela área da engenharia ao final do segundo ano, como acontecia antes. A partir do terceiro, já é mecatrônica direto", explica Julio Cezar Adamowski, 52, professor do curso. Entre as disciplinas mais específicas do curso de mecatrônica estão microprocessadores aplicados à automação e mecânica computacional.

No quinto ano, todo estudante de engenharia tem de fazer estágio obrigatório de 160 horas. Algumas instituições podem estipular um prazo maior.

E muitas vezes é o estágio que permite a colocação no mercado de trabalho. Outra alternativa de experiência profissional ainda na faculdade são as empresas juniores.

Mercado

O engenheiro mecatrônico encontra campo em diversos tipos de indústria como a aeronáutica, petroquímica, automobilística e as de alimentos e bebidas, além de consultoria em empresas.

"O mercado de trabalho é muito receptivo para os alunos formados pela Unicamp, e normalmente conseguem estágios e emprego antes mesmo de concluírem o curso, uma vez que é noturno", afirma Eurípedes Guilherme de Oliveira Nóbrega, coordenador do curso.

"Faltam profissionais capacitados na área", concorda Eduardo Lobo Lustosa Cabral, 47, coordenador do curso de engenharia de controle e automação do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, na Grande São Paulo. "O aluno que não for displicente com a sua formação não terá problemas para se colocar no mercado de trabalho", afirma.

"O potencial na área é muito grande e passível ainda de ser explorado", avalia Marcos Antonio Tremonti, 46 anos de idade e 11 de experiência no setor de robótica.

De acordo com ele, é importante que o engenheiro possua não só capacidade técnica mas também saiba gerir e coordenar projetos, além de ter uma visão global do processo.





Fonte: Folha de S.Paulo

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