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Saúde
Domingo - 22 de Julho de 2007 às 18:02

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Desde Agosto de 2004 a Secretaria de Estado de Saúde (Ses) mantém um Programa de Obesidade para ajudar pacientes que estão em situação de risco de saúde por excesso de peso. Segundo a gerente de Endocrinologia e Cardiologia, do Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac), a nutricionista Eliane Jorge do Prado Stocco, o programa já atende a mais de 3.000 pessoas com problemas de excesso de peso.

“O programa de controle de peso foi instituído pela Portaria 149 de 12 de Agosto de 2004, com o objetivo de ordenar a procura de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) por cirurgias bariátricas, de redução da capacidade do estômago, avaliando o seu risco e complexidade. Desde que foi instituído foram realizadas apenas 170 cirurgias bariátricas, o que significa que 2.830 pessoas ainda usam o programa como meio de reduzir o peso a um patamar saudável. Neste ano de 2007, até o momento, foram encaminhadas 30 cirurgias desse tipo, o que atesta a aceitabilidade do programa, que propõe a perda de peso baseada em reeducação alimentar”, explicou Eliane Jorge.

Os resultados foram surpreendentes: Airson Rosa Fonseca, 40 anos, tinha 175 quilos quando entrou no programa. Dois anos depois tinha perdido 85 quilos. Lucênia Santos tinha 140 quilos quando começou. Em 2006 já tinha emagrecido 70 quilos. Keila Lima, 22 anos, perdeu 50 quilos em 19 meses de tratamento. Regina Araújo, 46 anos, eliminou 30 quilos de peso extra em 16 meses no programa. Outros 26 usuários obtiveram êxito em diminuir o peso após os primeiros dois anos de inclusão no Programa.

O acesso do usuário do SUS a esse serviço é feito por meio de uma consulta à Unidade Básica de Saúde mais próxima. Lá um clínico-geral vai verificar a necessidade de inclusão no programa e agendar, na Central de Regulação, uma consulta junto à Gerencia de Endocrinologia e Cardiologia do Cermac (GEC/Cermac). “A obesidade mórbida é uma doença crônica e, se não for cuidada, pode levar até ao óbito”, avisou a nutricionista.

O indicador para que uma pessoa seja inclusa no Programa de Obesidade é o Índice de Massa Corporal (IMC). IMC entre 30 e 35 pontos é preocupante e se constitui em obesidade mórbida quando acompanhado de doença. Mas quando a massa corporal do paciente que chega à Gerência fica acima disso a situação se complica: IMC de 40 pontos indica que o paciente tem obesidade mórbida. IMC de 50 pontos configura obesidade mórbida grave. O IMC é obtido por se dividir o peso do paciente, em quilos, pelo quadrado de sua altura, em metros. A fórmula é: IMC = kg/m2

“Uma vez agendada a consulta com a Central de Regulação o primeiro contato do paciente, ao entrar no Programa de Obesidade, é com um endocrinologista”, explicou Eliane Jorge. “Ele examina o paciente para ver se sofre de diabetes, pressão alta, problemas vasculares ou ortopédicos e descompensação psíquica e/ou emocional. Cada um desses agravos começa, de imediato, a ser cuidado pelos diversos especialistas que fazem parte da equipe multiprofissional do programa e que inclui nutricionistas, psicólogos, psiquiatras, cardiologistas, ortopedistas e cirurgião plástico, além do próprio endocrinologista”. O Programa de Obesidade tem duração de dois anos.

No início do ano de 2007 o secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, conseguiu estender ao Programa de Obesidade o acesso aos medicamentos de redução do apetite, ansiolíticos e antidepressivos que ajudam no controle do peso para os portadores de obesidade mórbida. Isso foi um ganho a mais para os usuários do Programa.

QUANDO COMEÇAR – A nutricionista Eliane Jorge disse que a preocupação com o peso deve começar logo após o nascimento. “O tecido adiposo, que é o local onde a gordura se aloja, é formado logo após o nascimento do bebê”, lembrou. “Se os pais conseguirem impedir a formação desse tecido o indivíduo terá menos problemas com excesso de peso”.

Ela ressaltou a importância do aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida, pelo menos, e o oferecimento de frutas, na forma de purês e sucos, e sopinhas de legumes logo após os seis meses. “Esses alimentos devem ser preparados em casa, com a devida higiene, e servidos aos bebês. Recomenda-se que doces, iogurtes e alimentos industrializados para bebês, bem como refrigerantes, não sejam incluídos na dieta alimentar dos bebês ou, pelo menos, sejam evitados pelo maior período de tempo possível”, sugeriu a gerente.

CIRURGIA BARIÁTRICA – Um efeito colateral do Programa de Obesidade é a diminuição das cirurgias bariátricas de redução da capacidade do estômago. “A cirurgia é um procedimento de alto risco, altamente invasiva, e deixa muitas seqüelas como deficiência nutricional, que pode provocar anemia, perda de vitaminas do complexo B, intolerância a carboidratos e fragilização da psique”, alertou Eliane Jorge explicando que, no Programa de Obesidade a cirurgia bariátrica é o ultimo recurso, usado apenas quando a vida do portador de obesidade mórbida corre risco.

Segundo Eliane Jorge a cirurgia bariátrica apresenta outro inconveniente: Dois anos após a realização da operação, se o paciente não tiver entrado num sério programa de reeducação alimentar pode começar a recuperar o peso perdido. “O que a pessoa obesa precisa ter sempre presente é que a obesidade é uma doença crônica, como o diabetes, por exemplo. Ele pode viver muitos anos com boa qualidade de vida, mas para isso precisa aprender a controlar essa doença. É isso que fazemos aqui no Cermac, com o Programa de Obesidade”, explicou.





Fonte: 24 Horas News

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