Suplente deve assumir na próxima semana vaga de Roriz
Ex-deputado distrital, Argello, que ainda não foi localizado, é acusado de causar um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa do Distrito Federal, além de responder a denúncias de que teria recebido propina.
Roriz chegou a cogitar uma renúncia em bloco --que incluiria Argello e seu segundo suplente, Marcos de Almeida Castro. A estratégia era garantir a realização de nova eleição para a vaga de senador pelo Distrito Federal --que seria aberta com a renúncia em bloco e obrigaria a realização de nova eleição para preenchimento do lugar.
A idéia inicial de Roriz era tentar usar essa brecha para tentar se eleger senador na nova eleição. Com divergências jurídicas sobre essa possibilidade, o senador acabou desistindo da renúncia coletiva e decidiu entregar o cargo de forma individual.
Argello é um dos vice-presidentes nacionais do PTB e já presidiu a Câmara Legislativa do DF, onde cumpriu dois mandatos como deputado (1998 a 2006).
Segundo reportagem publicada pela Folha, foi divulgado em 2002 um vídeo em que um deputado distrital diz a outro que Argello recebeu 300 lotes em troca de apoio à aprovação de lei que regularizava o condomínio Alto da Boa Vista, em Brasília.
Também enquanto comandava a Câmara do DF, Argello foi alvo de uma ação civil pública e um processo no Tribunal de Contas do DF --ainda não julgados definitivamente-- sob a suspeita de que estabeleceu contrato de informática para a Casa que causou um prejuízo de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos. Argello apresentou recentemente sua defesa nesse processo.
Outra pendência jurídica que o suplente de Roriz enfrenta é um inquérito no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região sob a suspeita de crime contra o sistema financeiro nacional. Consulta ao site da Receita Federal confirma que Argello tem pendência com o Fisco.
Já entre as ações que correm na Justiça de primeira instância do Distrito Federal, há o processo de um cabo eleitoral que o acusa de não ter fornecido material de segurança para trocar cartazes afixados no alto de postes de iluminação. O cabo eleitoral afirma que recebeu descarga elétrica que resultou na amputação de parte do braço e em queimaduras em 20% do corpo.
Na Justiça Eleitoral, Argello sofreu uma condenação em 2003 e foi obrigado a pagar multa de R$ 20 mil por propaganda eleitoral irregular.
Roriz
Roriz foi acusado de quebra de decoro após a divulgação de conversas telefônicas que o mostraram negociando a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Tarcísio Franklin de Moura. A partilha seria feita no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol.
As gravações foram realizadas durante a Operação Aquarela, comandada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que desbaratou um esquema de desvio de dinheiro do BRB.
O ex-governador negou as acusações e disse que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Nenê --quantia descontada de um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário. O dinheiro, segundo ele, teria sido utilizado para comprar uma bezerra e ajudar um primo.
Nos últimos dias, as denúncias contra Roriz ganharam um elemento extra com a publicação de uma reportagem da revista "Veja", informando que Roriz teria utilizado parte dos R$ 2,2 milhões para subornar juízes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Distrito Federal em processo contra ele nas eleições do ano passado.
Com Folha de S.Paulo
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