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Segunda - 16 de Abril de 2007 às 07:12
Por: Fabíola Tormes

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João Damas Neto – Netinho, iniciou sua vida pública em Tangará da Serra no ano de 1996, quando concorreu ao cargo de vereador pelo Partido Liberal – PL, que naquela oportunidade apoiava a candidatura de Manoel Ferreira de Andrade para a prefeitura e que fora derrotado por Jaime Luiz Muraro. Netinho conseguiu a quantia de 301 votos e alcançou a segunda suplência do partido. Ele chegou a assumir uma cadeira na Câmara Municipal por trinta dias no ano de 1999.

Em 2000 Netinho voltou a candidatar-se pelo PL e desta vez o partido apoiava a reeleição do então prefeito Jaime Muraro. Novamente não conseguiu eleger-se. Fez 527 votos e ficou na primeira suplência do partido, mas assumiu uma cadeira na Câmara no dia 12 de março de 2001, substituindo o então vereador Alvari Teixeira que se desligava do Legislativo para assumir o cargo de Secretário Municipal de Infra-estrutura. Na época ele reafirmou seu compromisso com o Residencial Alto da Boa Vista, bairro que lhe deu quantia significativa de votos e também onde morava e continuou morando até a sua morte.

A carreira pública de Netinho foi muito curta, pois se viu envolvido em acusações de formação de quadrilha e corrupção pela morte do vereador Daniel Lopes da Silva (Daniel do Indea) ocorrida na madrugada do dia 3 de julho de 2001, que teria ligação com a concessão do serviço de abastecimento de água de Tangará da Serra para a iniciativa privada.

No dia 16 de março de 2002 o delegado Ronan Gomes Villar, encarregado das investigações que apuravam os fatos, divulgou o conteúdo de uma fita cassete gravada pelo então vereador e presidente da Câmara, Antonio Lopes Gonçalves (Toninho Vaca Gorda). As gravações revelavam conversas do presidente do Legislativo e diversos vereadores, entre eles o ex-vereador Netinho. O teor de todas as conversas estava ligada a uma suposta preocupação do então presidente por conversas que estariam vazando sobre o repasse de dinheiro por ele, Vaca Gorda, para cada um dos vereadores, para que votassem favoravelmente a concessão da água.

Depois de indiciados por formação de quadrilha e corrupção no dia 17 de fevereiro, os vereadores e algumas outras pessoas foram presos pela polícia no dia 18 de março de 2002 numa verdadeira operação de guerra que mobilizou um grande número de policiais para encontrar e prender os acusados. Foram inclusive montadas barreiras nas entradas e saídas da cidade e veículos que passavam eram revistados. Netinho foi um dos primeiros a serem presos e depois de passar pela Delegacia de Polícia foi transferido para o quartel da Polícia Militar.

No dia 14 de abril de 2002, Netinho foi indiciado também por propriedade ilegal de arma de fogo. Segundo o que foi apurado na época, o ex-vereador era proprietário de uma pistola Tauros, calibre 7.65 e que havia vendido para um agricultor três dias antes de ser preso. Já naquela oportunidade a polícia descartou a possibilidade daquela arma ter sido usada para assassinar o vereador Daniel do Indea, uma vez que o calibre não era o mesmo. Após cumprir dez dias de prisão, Netinho foi liberado no dia 28 de março junto com outros seis vereadores.

No dia 6 de de julho de 2002, em sessão histórica com mais de doze horas de duração, onde suplentes foram convocados para eleger uma nova mesa diretora da Câmara Municipal e votar por unanimidade no processo de cassação, João Damas Neto e mais seis outros vereadores tiveram seus mandatos cassados, encerrando prematuramente sua carreira política antes de completar 16 meses no cargo de vereador.

João Damas Neto continuou com suas atividade empresariais no bairro Residencial Alto da Boa Vista onde era proprietário de um pequeno supermercado e também realizada negócios de compra e venda de veículos.





Fonte: Diário da Serra

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