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Nacional
Terça - 03 de Abril de 2007 às 10:56

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Pregando maior agressividade na defesa do meio ambiente, o governador de São Paulo, José Serra, disse ontem que os "ambientalistas são excelentes no discurso", mas, "infelizmente, muito ruins na prática".

"Gostoso escrever artigo, aterrorizar, fazer uma marchinha, usar roupa assim e assado. Mas outra coisa é o cotidiano", criticou Serra, ao reclamar da timidez da sociedade na briga pelo meio ambiente.

Ao participar do lançamento do programa "21 Projetos Ambientais Estratégicos", ele elegeu uma decisão do prefeito de Guarulhos, o petista Elói Pietá, como o exemplo de falta de mobilização. Serra lamentou que não se tenha reagido ao acordo firmado com o Ministério Público, no qual a prefeitura se compromete a deixar de lançar esgoto no rio Tietê até 2030.

"[A poluição no rio Tietê] é feita especialmente pelo município de Guarulhos. O prefeito -não é porque ele é do PT, mas inclusive- simplesmente fez um acordo maluco, absurdo, de que só vai despoluir em 2030", atacou Serra. Ele também afirmou que o Brasil precisa de governos que "não fiquem empurrando decisões com a barriga para no final resolver de maneira desastrada".

O prefeito informou que só se manifestará após reunião com o governador.

Alegando que 2030 é data-limite e que o ritmo das obras poderá ser acelerado com aporte de recurso externo, o superintendente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos, João Roberto Rocha Moraes, afirma que o município busca, desde 2001, sem sucesso, financiamento do Estado, sendo uma exceção na região metropolitana.

Pietá, porém, teria se recusado a receber a secretária de Saneamento, Dilma Pena.

Presentes ao lançamento, o coordenador da RMA (Rede de ONGs da Mata Atlântica), Klaudio Cóffani Nunes, reagiu às críticas de Serra ao movimento ambiental. Segundo ele, não se pode esperar que exerça o papel de fiscalizador. "Esse dever é do Estado. É dele."

Paulo Nogueira Neto, membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente, afirmou que "falar também é parte da ação".

Também ambientalista, o secretário Xico Graziano argumentou que os problemas ambientais exigem hoje maior rapidez do movimento. E brincou: "O governador falou. Quem sou eu para discordar?"





Fonte: Folha de S.Paulo

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