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Educação/Vestibular
Segunda - 26 de Março de 2007 às 09:19

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É consenso que o professor precisa estar atualizado para ampliar conhecimentos e aperfeiçoar práticas pedagógicas. É recomendável que a instituição para a qual ele trabalha estimule e, de preferência, forneça oportunidades para isso. No entanto, quando se trata do ensino público, e dos cursos de capacitação oferecidos aos professores dessas redes, a constatação é eles não estão fazendo diferença no desempenho dos alunos, apesar de geralmente serem divulgados como uma das iniciativas para melhorar o ensino.

O fato aparece no estudo Determinantes do Desempenho Escolar do Brasil, que será apresentado hoje no seminário Remuneração, Gestão e Qualidade da Educação, organizado pela Fundação Lemann, pelo Instituto Futuro Brasil e pelo Ibmec São Paulo. "Esses cursos de capacitação não têm influência. Pelos resultados dos alunos no Saeb, esses cursos não aumentaram a eficácia do professor na hora de dar aula", afirma o economista, Naércio Menezes Filho, autor da pesquisa, no cruzamento dos resultados do Sistema Nacional da Avaliação Básica (Saeb).

"Isso quer dizer que os estudantes que tiveram aulas com professores que recentemente passaram por cursos de atualização e capacitação tiveram o mesmo desempenho dos estudantes que tiveram aulas com professores que não fizeram nada disso", explica Menezes, que é professor do Ibmec São Paulo e da Faculdade de Economia e Administração da USP. "Eles geralmente não são focados. E o professor vai, fica ouvindo sobre várias linhas pedagógicas e no fim não aprende nada que consiga usar", diz ele.

A falta de foco no ambiente de trabalho do professor de muitos programas é apontada como dificuldade pelo próprio setor da educação. "É muito importante que o professor tenha uma formação contínua, mas que ela tenha como foco o ambiente de trabalho", afirma Juçara Dutra Vieira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). "Na prática, o professor acaba fazendo muitos cursos fragmentados, tendo muitos certificados e isso não responde aos desafios da sala de aula", complementa.

Para Maria Lúcia de Almeida, do Centro do Professorado Paulista, o professor recebe cursos formatados e não tem oportunidade de sugerir o que precisa. "Há um descompasso entre quem está fora da escola e pensa o curso e o professor."





Fonte: Tribuna da Imprensa

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