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Educação/Vestibular
Sexta - 05 de Abril de 2013 às 07:58

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Estudo sobre o uso de agrotóxicos no Estado realizado em conjunto pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), com professores e alunos de quatro escolas de Lucas do Rio Verde, apontou a presença de defensivos em 88% das amostras de sangue e urina dos docentes. Conforme o levantamento, os níveis de resíduos nos professores que moravam e atuavam na zona rural foi o dobro do verificado naqueles situados na zona urbana. 
 
O estudo, realizado entre os anos de 2007 e 2010, com base no sistema de registro do Instituto de Investigação, Desenvolvimento e Estudos Avançados (Indea), pontua que Mato Grosso consumiu, somente no último ano de pesquisa, 110 milhões de litros de agrotóxicos - o que o torna campeão no uso de defensivos, entre todas as unidades da federação do país. "A maior parte dos agrotóxicos é usado na produção de soja e Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil", observou o pesquisador e um dos coordenadores do estudo, Wanderlei Pignati. 
 
Os defensivos mais utilizados no Estado pertencem ao grupo de herbicidas, fungicidas e inseticidas. Mato Grosso, conforme Pignati, ainda faz o uso de 14 defensivos que estão na mira da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por serem altamente tóxicos. Endosulflan e Paration Metílico são alguns deles. 
 
Do grupo dos 14, 13 são proibidos na União Europeia, segundo o pesquisador. Pignati ressalta que é possível produzir em larga escala sem a utilização de agrotóxicos, desde que exista um plano de manejo bem definido, além de um controle biológico de pragas e utilização de sementes cultivadas em laboratórios - resistentes às pestes. 
 
No estudo, os pesquisadores sugerem medidas urgentes a serem adotadas pelo governo do Estado. 
 
Proibição de pulverizações por avião e de uso de agrotóxicos vetados na União Europeia, fim dos subsídios públicos aos defensivos, implantação de Vigilâncias à Saúde dos trabalhadores nos municípios com grande exposição aos venenos, são algumas delas. 
 
Todo o estudo foi apresentado no II Seminário da Estadual da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, evento que segue até esta sexta-feira (4), no Centro Cultural da UFMT. 
 
Conforme Só Notícias já informou, um estudo anterior, divulgado em 2011, revelava contaminação do leite materno por agrotóxicos usados em plantações em Lucas do Rio Verde. As amostras foram colhidas de 62 mulheres atendidas pelo programa de saúde da família, no município, e os níveis de agrotóxicos encontrados estavam bem acima da média, colocando em risco a saúde humana. Em 100% das amostras foram encontrados ao menos um tipo de agrotóxico e em 85% dos casos foram encontrados entre dois e seis tipos.





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