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Cidades/Geral
Segunda - 05 de Março de 2007 às 07:51

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Os juízes das três cidades que estão no topo do mapa da violência no Brasil afirmam que se sentem seguros onde vivem, apesar de não contestarem os números da pesquisa divulgada na terça-feira (27), pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

O juiz paulista Carlos Augusto Ferrari, titular da comarca de Cotriguaçu (MT), disse que tem mais medo de viver em São Paulo do que em Juruena, a segunda cidade na lista com mais mortes violentas e subordinada à Justiça de Cotriguaçu.

Natural de Mairiporã, no interior de São Paulo, Ferrari lembrou que vivenciou mais situações de violência em São Paulo do que em Juruena, cidade com 6,4 mil habitantes. “A pesquisa não deixa de revelar uma realidade, mas hoje não é mais assim. Não tem tanta morte em Juruena. Me sinto mais seguro aqui do que em São Paulo, quando morava em Perdizes.”

Ferrari não contesta os números divulgados na pesquisa, mas afirma perceber uma redução do número de mortes em Juruena, que aparece na lista com taxa média de homicídio de 137,8 para cada 100 mil habitantes. “O estudo foi feito até 2004. Tenho certeza que na próxima pesquisa a cidade de Juruena vai cair neste ranking.”

Falta de policiamento

Michel Rocha da Silva, juiz de Colniza (MT), a primeira no ranking de violência no Brasil com taxa média de homicídios de 165,3 para cada 100 mil habitantes, afirmou que o problema da cidade, no período da pesquisa, era a falta de policiamento. “Hoje já temos as polícias Civil e Militar, além da presença da Justiça, depois da instalação do fórum na cidade em dezembro de 2005. A partir dessa época, a criminalidade caiu sensivelmente”, explicou.

Apesar do índice, o juiz garante que não toma medidas específicas para garantir sua segurança. “Não ando armado e nem com seguranças. Apenas tenho os seguranças do fórum. A cidade é calma, mais do que aparenta ser. Vai se enganar quem vier para cá e esperar encontrar uma terra de bangue-bangue. As mortes acontecem mais na zona rural do que na cidade mesmo. O problema daqui é a questão fundiária”, disse.

Rocha da Silva disse que há uma discrepância sobre os dados populacionais de Colniza. “Oficialmente tem pouco mais de 14 mil habitantes, mas isso é impossível. Temos mais de 12 mil eleitores. Não é crível que quase toda a cidade seja eleitora. Acredito que Colniza tenha perto de 40 mil habitantes. Por isso acho que o índice será reduzido se essa dúvida for sanada.”

Crime organizado

Já o juiz de Amambaí, Thiago Tanaka, responsável pela cidade de Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, a terceira no ranking da violência, com taxa média de homicídios de 116,4 para cada 100 mil habitantes, o problema na região é a questão geográfica. “A cidade faz divisa com a paraguaia Capitan Bado, por onde entram cerca de 70% da maconha e de 30% da cocaína no Brasil. É evidente que há ramificações de quadrilhas e organizações criminosas em Coronel Sapucaia.”

Tanaka disse que já recebeu ameaças de morte, mas isso nunca influenciou sua rotina quando está em Coronel Sapucaia. “Infelizmente, temos de contar com Deus. Falta policiamento adequado, estrutura para o trabalho policial, principalmente pelo fato de estarmos em uma cidade de fronteira com outro país.”

Ao contrário dos juízes Carlos Augusto Ferrari e de Michel Rocha da Silva, Tanaka não acredita que o índice de mortes na cidade se reduza. “É preciso que os governos estadual e federal tenham mais atenção com essa região. Basta reforçar o policiamento que a criminalidade desaparece.”





Fonte: RMT-Online

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