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Cidades/Geral
Domingo - 25 de Fevereiro de 2007 às 14:52

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A prefeitura de Cuiabá monta o Programa Biodiesel/Pinhão Manso, uma iniciativa ousada de geração de renda que prevê o plantio de 15 mil hectares na zona rural da cidade. Cinco mil famílias estarão envolvidas, cada uma delas ficará responsável por 3 hectares, com expectativa de rendimento anual de R$ 10 mil.

Para tratar desse assunto, o secretário de Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMTDET), João Vieira, estará neste sábado (24), às 15 horas, no ginásio da comunidade Aguaçu. O objetivo é falar com os pequenos produtores o que já se conhece a respeito da planta, quais as experiências observadas em Barra do Bugres (MT), Minas Gerais (MG) e Bahia (BA), onde o plantio acontece em fase experimental.

A região do Cinturão Verde, no bairro Pedra 90, é uma das prioridades nesse início de implantação do programa, por estar localizada próxima ao Distrito Industrial de Cuiabá, mas outras localidades rurais também serão beneficiadas. A partir de pesquisas desenvolvidas em parceria com Embrapa, Seder, Empaer e Ampa, a prefeitura pretende conhecer como o pinhão manso se desenvolverá e qual o tipo mais adequado de solo.

Vieira explica que serão feitos 17 experimentos de um hectare, em 17 locais diferentes da zona rural da cidade. A indústria Cooperbio, que já está em fase de instalação, produzirá inicialmente 110 milhões de litros de biodiesel por ano, sendo que 20% desse total só de pinhão manso. “A tendência é que o plantio atraia ainda mais indústrias para Cuiabá”.

Outras duas fábricas também se instalarão no Distrito Industrial, uma delas a Bio Brasil, produzirá 3 milhões de litros/ ano, na primeira fase. Posteriormente, a meta é ampliar a produção para 9 milhões de litros/ano. Já a Bio Óleo produzirá cerca de 2 milhões de litros anuais.

Ponto Estratégico - Cuiabá pode tornar no futuro o maior pólo brasileiro de biodiesel, talvez até mundial, primeiro pela logística – Mato Grosso é um dos maiores produtores do país - e porque há três esmagadoras de soja com parte do trabalho ocioso e que serão decisivas no processo de industrialização do pinhão manso. “As indústrias deixarão de montar a parte esmagadora, o que significa metade do investimento, para se preocupar apenas com a fase final, onde se processa o óleo”.

A meta do governo federal é produzir 1,3 bilhões de litros do combustível, inicialmente a partir da matéria-prima da soja, caroço de algodão e sebo. O maior produtor hoje, a Alemanha, tem rendimento anual de 1 bilhão/ano. Com o desenvolvimento do pinhão manso, as metas podem praticamente triplicar nos próximos anos, pois a planta é perene, dura cerca de 40 anos, sem necessidade de replantio.

A utilização das famílias deve-se ao fato do processo, por ser uma novidade, ainda não contar com maquinário disponível, portanto, precisa ser realizado de modo manual. Também significa uma porta de acesso aos leilões da Petrobrás, que exige que 20% da produção das indústrias sejam provenientes da agricultura familiar para obtenção do Selo Combustível Social do biodiesel.





Fonte: O Documento

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