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Saúde
Sexta - 12 de Janeiro de 2007 às 07:50

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Segundo o estudo, a doença venérea infecciosa foi praticamente erradicada do país nas décadas de 60 e 70, e agora ressurge com grande intensidade.

Ele revela que os índices aumentaram de 0,2 casos por 100 mil em 1993 para 5,7 casos por 100 mil em 2005.

Um dos autores da pesquisa, que contou com a participação do Centro Nacional para Doenças Sexualmente Transmissíveis da China, em Nanjing, e da Universidade da Escola de Medicina da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, disse que é necessária uma intervenção para resolver o problema.

Myron Cohen, que participou da elaboração do estudo, disse que a doença está se propagando "com uma rapidez fantástica".

HIV

A doença é a de maior incidência entre os grupos de risco, como homens e mulheres que se dedicam à prostituição e homens que praticam sexo com outros homens.

Nestes grupos, de uma em cada dez pessoas e uma em cinco têm sífilis, de acordo com alguns dos principais especialistas da China.

Mas a sífilis também está se propagando rapidamente na população em geral.

Uma área de preocupação especial é o aumento da sífilis congênita - o número de bebês que nascem com a doença, depois de contraí-la no útero de mães infectadas.

Há notícia de que cerca de 3,4 mil bebês chineses estejam nascendo a cada ano com sífilis congênita. O número vem aumentando vertiginosamente desde 1991 - mais de 70% por ano.

A sífilis é uma doença agressiva e perigosa em si, mas Cohen disse que seu aumento também tem implicações mais amplas, dando uma idéia da propagação rápida de outras doenças sexualmente transmissíveis.

"Se nós estamos vendo a propagação de sífilis, nós tememos que outras doenças sexualmente transmissíveis estejam se propagando também", disse ele.

"Nós temos ainda razão para crer que a sífilis ajude a aumentar (a propagação do vírus) HIV. Então tememos que sífilis sem tratamento acabe estimulando a propagação do vírus também."

'Profundamente conservador'

A rápida propagação de doenças venéreas está sendo alimentada em parte pelas grandes mudanças sociais no país.

O grande número de trabalhadores migrantes na China, aumento da prostituição e ocorrência de mais relações sexuais fora do casamento - acoplado ao baixo uso de camisinhas - são fatores-chave.

A necessidade de pagar por assistência médica agora pode desencorajar as pessoas de procurarem realizar testes e tratamento.

A sociedade chinesa ainda é profundamente conservadora, com pouca abertura para discutir sexo em todos os níveis.

Apesar das campanhas de informação em escolas, universidades e meios de comunicação, a troca de informações sobre o assunto é restrita.

Cientistas acreditam que possa haver também uma razão biológica para um aumento tão rápido da incidência da doença.

Adultos chineses, sexualmente ativos, não estiveram expostos à sífilis por décadas. Alguns cientistas dizem que isso deixou a população de hoje com baixa imunidade à doença.





Fonte: BBC Brasil

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