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Educação/Vestibular
Terça - 09 de Janeiro de 2007 às 09:07

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Duas professoras brasileiras, Fabiana Ribas e Jerusa Garcia, aproveitaram a oportunidade de trabalhar no que gostam e conhecer outro país. Elas foram selecionadas em 2005 para auxiliar na formação em língua portuguesa de professores de escolas primárias do Timor Leste, país do sudeste da Ásia. Voltaram com muitas histórias para contar. Este ano a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) abriu novamente a seleção de bolsistas do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa. As inscrições terminam no dia 12 de janeiro.

Diante de desafios como pobreza, doenças e conflitos políticos, as professoras relatam como contribuíram para a reconstrução do sistema educacional do Timor Leste. O compromisso de ajuda faz parte do acordo de cooperação internacional firmado entre o Brasil e o Timor Leste.

Formada em Biologia, mas com experiências em artes, meio ambiente e educação ambiental, Fabiana Ribas, de Caxias do Sul (RS), resolveu se candidatar a lecionar no Timor porque queria doar um pouco de tempo e conhecimento em favor de populações carentes. O maior desafio foi a falta de material escolar. ´´A superação teve que ser feita com muita criatividade e dinamismo´´, conta.

Fabiana lembra que também enfrentou problemas com alimentação e calor. E muitas vezes se viu sozinha na hora de resolver situações difíceis. ´´Para ultrapassar os obstáculos, é muito importante iniciativa, perseverança e amor´´, aconselha. ´´A satisfação no rosto do outro é a gratificação, o resultado do trabalho.´´ O crescimento profissional foi outro aspecto positivo. ´´Na ausência de apoio técnico, somos testados a desempenhar nossas funções, com o máximo de exigências´´, afirma.

Brasileiros – Segundo Fabiana, os timorenses têm um grande carinho e admiração pelos ´´irmãos brasileiros´´, como são chamados os profissionais que saem do Brasil para trabalhar no Timor. ´´Penso que os profissionais das licenciaturas tem uma responsabilidade muito grande para com o povo timorense; eles estão plantando as sementes que brotarão, não só em conhecimento científico, teorias e informações, mas também em virtudes, princípios e valores éticos´´, conclui.

Ajuda à humanidade – Jerusa Garcia, de Embu das Artes (SP), foi para o Timor Leste com uma missão: ajudar a humanidade. Trabalhou na Universidade Nacional e coordenou uma oficina teatral que resultou no espetáculo Planeta Luz, retratando uma proposta de reconciliação entre as facções que lutaram pelo poder no Timor nos últimos tempos, os Lorosaes e Loromonos. Participou de bancas de trabalho de conclusão de curso, foi orientadora de monografia, trabalhou em campos de refugiados com oficina de pintura para crianças e escreveu dois livros, que serão lançados em fevereiro.

Em meio a tanto trabalho, Jerusa também se deparou com alguns desafios. Um deles era suportar a lentidão com que as coisas aconteciam por lá. ´´A maneira que encontrei para superar essa morosidade foi aprender a esperar, ter paciência, respeitar o ritmo deles e jamais comparar nada do que se vivencia lá com os referenciais que levamos conosco´´, lembra. Outro grande desafio foi ter que driblar o medo de conflitos e brigas de gangues.

Jerusa afirma que amadureceu muito com essa experiência e passou a valorizar cada detalhe do que deixou no Brasil. ´´Tudo agora tem um brilho diferente do que tinha antes´´, diz. ´´Mas é importante que estejamos lá no Timor, ao lado da população, a fim de que eles não se sintam sozinhos e desamparados´´, pontua. ´´O povo timorense ama o Brasil, eles sabem que não estamos lá por dinheiro, mesmo porque as riquezas de que dispomos em nosso país são infinitamente maiores que as deles.´´

O novo edital do programa que envia professores brasileiros ao Timor Leste abriu 13 vagas em diversas áreas do conhecimento. A seleção dos candidatos, que devem comprovar formação mínima em licenciatura plena, será feita pela Capes. O projeto terá duração de 12 meses e o trabalho começa já em fevereiro. Os selecionados receberão auxílio de US$ 1,1 mil para bolsista e US$ 2 mil para bolsista coordenador local da atividade e, ainda, seguro-saúde, auxílio-instalação e transporte aéreo. (Portal MEC)





Fonte: Olhar Direto

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