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Saúde
Sexta - 29 de Dezembro de 2006 às 13:34

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Uma boa notícia para quem costuma exagerar na comemoração do Ano Novo e beber um pouco (ou muito) a mais: a ciência está cada vez mais próxima de identificar os mecanismos que tornam o nosso organismo mais tolerante ao álcool, e, portanto mais vulnerável a uma ressaca depois do consumo exagerado da substância. Algumas pesquisas apontam até a possibilidade de criar um novo tipo de bebida alcoólica, capaz de proporcionar apenas efeitos positivos, sem ressaca e sem dependência.

Um dos principais avanços nos últimos tempos veio do trabalho de Henrike Scholz, da Universidade de Würzburg, na Alemanha, e Ulrike Heberlein, da Universidade da Califórnia em San Francisco (Estados Unidos). A dupla de pesquisadoras descobriu um gene que parece ser crucial para a resistência ao álcool. Elas batizaram o pedaço de DNA com o sugestivo nome de hangover (ressaca, em inglês).

O achado veio do estudo de drosófilas, ou moscas-das-frutas, insetos que são muito usados no estudo da genética em laboratório. "Um trabalho recente de outro grupo afirmou ter o encontrado o equivalente do hangover em humanos, mas a semelhança com o gene das moscas-das-frutas é muito pequena", contou Henrike Scholz ao G1. "Mas, mesmo que eles estejam errados, é só uma questão de tempo até que se descubra um análogo em pessoas", avalia ela.

Para encontrar o gene, elas submeteram as mosquinhas a um teste de resistência alcoólica. Os insetos eram colocados numa série de plataformas e expostos ao álcool em forma gasosa. Algumas moscas caíam mais rápido na plataforma mais baixa, totalmente bêbadas, enquanto outras agüentavam mais tempo. As pesquisadoras descobriram que as drosófilas mais "fracas" diante da bebida tinham justamente o gene hangover desligado.

Contra o estresse Resta saber, no entanto, qual o papel exato do hangover, já que outros genes também parecem estar ligados à maneira como o organismo reage ao álcool. "É isso que estamos estudando agora, o que ele faz exatamente nos neurônios [células nervosas]", diz Scholz.

"Meu palpite é que ele ajuda as células a lidar com várias formas de estresse", sugere Ulrike Heberlein. "Como o álcool causa estresse oxidativo [o surgimento dos chamados radicais livres, que causam dano às células], esse é um mecanismo possível."

As pesquisadoras explicam que, a partir de agora, a idéia é identificar uma forma do gene em humanos e camundongos. A partir daí, seria possível manipular a ação do hangover e observar os efeitos disso no consumo de álcool e na ressaca causada por ele.

Os dados, nesse caso, são conflitantes. Alguns estudos sugerem que as pessoas que bebem muito (e portanto são tolerantes ao álcool) são as que mais sofrem com ressacas posteriores. Outros, porém, indicam que as ressacas são mais comuns entre os que são pouco tolerantes à bebida, e por isso precisam de poucas doses para que o problema ocorra.





Fonte: G1

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