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Domingo - 10 de Dezembro de 2006 às 10:37

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O vira-latas Nick, de 8 anos, é do tipo de cão que corre das visitas, treme-se inteiro diante de situações novas e fica desconfiado com objetos estranhos. Essas características apontam um problema típico humano, que também pode afetar os cães: a timidez.

O autor do livro Meu Cão, Meu Melhor Amigo, o veterinário Eduardo Martinez explica que a timidez canina pode ser hereditária ou gerada por algum trauma como, por exemplo, uma emoção forte ou ruim. "Os cachorros tímidos têm medo de outros cães, costumam se esconder entre as pernas do dono e, muitas vezes, não gostam de sair à noite, por causa do escuro. Esses animais podem, inclusive, morder as pessoas por puro medo", detalha Martinez.

O histórico de Nick indica que o cão sofreu traumas nos primeiros meses de vida. Antes de ser adotado pela fonoaudióloga Ângela Maria Sampaio, Nick vivia na rua. "Desconfio que ele tenha sido muito maltratado. Ele tinha muito medo das pessoas e até hoje não pode ver uma vassoura que se treme inteiro", conta Ângela. A dog alemã Shana, de 2 anos, também apresenta sintomas de timidez, mas melhorou bastante com aulas de adestramento.

"O curso de adestramento para cães inibidos é feito de forma muito cautelosa. Eles não podem ser repreendidos quando erram, senão ficam mais medrosos", detalha o adestrador Ivan Francisco da Silva. Shana começou as aulas de adestramento aos oito meses de idade.

"O curso diminuiu a inibição crônica. Hoje a Shana já é bem mais sociável", diz a dona da cadela, a professora Mônica Ferreira Lopes de Souza. A timidez canina desenvolvida por algum trauma tem grande potencial de melhora ou até mesmo de cura, explica Eduardo Martinez. Se tratada desde cedo, as chances de cura aumentam, mas os cães que não tiveram o aprendizado correto na época de socialização também têm chances de melhorar. "O dono tem um papel fundamental nesse processo", ressalta Martinez.

O veterinário orienta que o proprietário acostume o cão ao seu cheiro ainda no período de desmame (entre a 7ª e 12ª semana de vida), pegando o animal no colo. "É importante que faça isso também com outras pessoas, inclusive de diferentes etnias". Também nesse período, o cão deve ser apresentado a diferentes sons, como motores de automóveis, aspirador de pó e secador de cabelo. "Tal apresentação, no entanto, deve ser gradual", frisa Martinez.

Dicas A timidez canina desenvolvida por algum trauma tem grande potencial de melhora ou até mesmo de cura. Ainda fi lhotes, os cães devem ser apresentados a diferentes sons, por exemplo, para que percam o medo do barulho.

Os donos devem ser mais pacientes no caso de a timidez de seu cachorro ser hereditária (transmitida geneticamente pelos pais). "Não há cura. O animal não deve ser isolado do mundo por causa disso. Devemos apresentá-lo às coisas e situações diferentes com muita paciência. Alguns donos se irritam facilmente e acabam piorando ainda mais a situação". A timidez de origem hereditária acompanhará o cão pelo resto da vida. Além disso, o animal poderá transmitir essa característica aos seus descendente.





Fonte: Terra

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