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Cidades/Geral
Terça - 05 de Dezembro de 2006 às 09:25

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São Paulo - Falta de energia, carros boiando, casas alagadas. Mais uma vez a chuva causou estragos ontem e parou São Paulo - dessa vez, foram 52 pontos de alagamento e estado de atenção decretado na cidade inteira até as 21h10. Teve até quem usou a prancha de surfe para socorrer o amigo. E empresário que chegou a pensar, mais uma vez, em fechar o negócio.

Pela terceira vez em menos de dez dias, Sidney Uttembergue viu a água da chuva invadir a loja de manutenção de televisores e câmeras filmadoras. A barreira que ele instalou no local para se prevenir, escaldado pelos 15 anos de Avenida Pompéia, zona oeste, arrebentou de vez ontem. Uttembergue só não teve prejuízo maior porque havia colocado os aparelhos em prateleiras, no alto. Precaução tomada porque, nove dias atrás, as perdas chegaram a R$ 10 mil em outra enchente.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), ontem choveu em média 41,3 milímetros na cidade - cada milímetro corresponde a um litro de água por metro quadrado. A previsão para dezembro inteiro é de 201 mm. Ou seja, em um dia já foram 20,5%. Balanço parcial da Defesa Civil, divulgado às 19 horas, indicou que o local mais afetado foi o Butantã, na zona oeste, com 127 mm.

O CGE contabilizou 6 pontos de alagamento intransitáveis até as 22 horas. Às 19 horas, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou filas de 171 quilômetros. A média para o horário é de 96 km.

A Eletropaulo pôs cem equipes nas ruas, pois em vários pontos da capital - a empresa não informou quais - a energia elétrica caiu. Em média, o religamento era feito em duas horas.

O Aeroporto de Congonhas também foi afetado: pousos e decolagens foram suspensos das 16h50 até as 17h19. Nove vôos tiveram de ser cancelados.

A chuva começou por volta das 14h30, nas zona sul e oeste. Ainda no início da tarde, a Defesa Civil Municipal pôs São Paulo inteira em estado de atenção por perigo de inundação. Algumas subprefeituras foram avisadas do risco de deslizamentos de casas. A partir das 16h30, as primeiras ocorrências chegaram à central do órgão. Foram pelo menos quatro quedas de muro na zona sul e moradias inundadas em duas favelas na zona norte.

Às 17 horas, o Córrego Pirajuçara, zona oeste, transbordou pela segunda vez no ano, entre as Ruas Ernesto Sena e Comendador Felício Lanzana. Carros ficaram à deriva na região.

As ruas próximas da Avenida Roque Petroni Junior, no Brooklin, zona sul, foram um dos pontos mais afetados pelo temporal. Na Rua Andrea Paulinetti, o morador Gabriel Carvalho Moya, de 25 anos, recorreu ao seu lado surfista. Moya, de 1,82 metro, disse que chovia tanto que a água chegou ao seu pescoço. Mesmo assim, ele pôs a prancha no aguaceiro para ajudar o amigo e vizinho Paulo Hirakawa, de 25 anos, surpreendido pelo temporal quando chegava do trabalho.

Hirakawa mora na Andrea Paulinetti desde que nasceu. 'Já estou acostumado e esta chuva foi até fraquinha', disse. Precavido, ele tem em casa uma estrutura de reforço para evitar danos ao muro e ao portão. Apesar disso, ontem o nível da água atingiu cerca de 5 centímetros dentro do imóvel.

Também na zona sul, no Morumbi, o São Paulo Futebol Clube teve alagados a parte social da sede, as alamedas, a central de atendimento e os campos de futebol society. As piscinas ficaram cheias de barro. 'Foi catastrófico', disse o diretor social, Antônio Luiz Belardo. 'As águas ainda estão altas, não dá para levantar o valor do prejuízo ainda. Sócios e funcionários ficaram ilhados na área social.'

O Corpo de Bombeiros atendeu a 17 chamados. Entre eles, o de um motorista ilhado em cima de um carro na Avenida Escola Politécnica, no Butantã, e outro de um deficiente físico preso dentro do veículo, na Lapa, zona oeste. Também na região da Lapa, automóveis se chocaram, deixando duas pessoas levemente feridas.

A previsão é de mais chuva para hoje e amanhã, segundo a meteorologia do CGE. O órgão já tinha a antecipado na semana passada a possibilidade de novos temporais no início desta semana.

A Defesa Civil divulgou ontem que o volume médio de chuvas em novembro chegou a 217,5 mm - no mesmo período de 2005, choveu 78mm.





Fonte: Agência de Notícias

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