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Educação/Vestibular
Sexta - 10 de Novembro de 2006 às 18:23
Por: Soraia Ferreira

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Terra Indígena Parabubure, MT – Nos próximos vinte dias, 65 índios Xavante de mais de 30 aldeias localizadas nos municípios de Campinápolis, General Carneiro, Santo Antônio do Leste e Barra do Garças (a 565km, 449km, 379km, 516km, respectivamente, de Cuiabá) estarão reunidos na aldeia “São Pedro”, pertencente à Terra Indígena Parabubure, em Campinápolis. Eles são professores e participam da segunda etapa do projeto Haiyô – Magistério Intercultural, oferecido pelo Governo do Estado aos docentes que não possuem o Magistério.

Mas o que chama a atenção e quebra paradigmas é a convivência pacífica entre os índios que estão na aldeia. “Mesmo sendo da mesma etnia [Xavante], é tradição a rivalidade de alguns grupos”, conta a técnica do setor de Educação indígena da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Bernadete de Lara, que acompanha a aplicação do Haiyô no local.

Ela esclarece que o curso foi programado para ser ministrado na cidade de Campinápolis – que é o pólo - mas, por falta de estrutura no município, a Seduc decidiu oferecer a qualificação na aldeia. “Este fator só veio a contribuir para a promoção de um intercâmbio ainda maior entre os grupos e a aprendizagem da convivência”, destaca a técnica.

“Nunca tive esperança de que isso pudesse acontecer. Mas o Haiyô representa uma conquista para nós, Xavante, e recebemos nossos irmãos de braços abertos”, afirmou o cacique da “São Pedro”, Isaias Prowê. O cacique ressalta que é importante acontecer o encontro entre os “parentes” Xavante.

Além disso, o Haiyô, oferecido pelo Governo do Estado a 298 professores índios que estão no exercício da docência, mas sem formação adequada, está proporcionando o intercâmbio cultural não apenas entre os grupos de mesma etnia, como também de outros povos indígenas dos cinco pólos, envolvendo, desta forma, 33 municípios.

Exemplo disso é a turma do Haiyô do pólo de Juína. Durante os 30 dias de curso da segunda etapa presencial, que aconteceu no mês de outubro, 104 cursistas dos povos Zoró, Cinta Larga, Rikbatksa, Myky, Kaiabi, Munduruku, Namikuara, Paresi, Arara, Kaiabi, Apiaka, Chiquitano, Irantxe, Guató e Bororo de 16 municípios estudaram juntos as matérias do currículo comum, respeitando a cultura e a tradição de cada grupo.

Assim acontece no pólo de Canarana entre os 75 cursistas, que são oriundos de quatro etnias: Xavante, Karajá, Tapirapé e Bororo. Nesse pólo o curso iniciou no último dia 06 e termina no dia 29 de novembro.

Já no pólo Xingu, onde a formação também acontece em duas aldeias (uma no Baixo/Médio e outra no Alto), o intercâmbio acontece entre as etnia Kaiabi, Trumai, Juruna, Yudja, Waurá, Suiá, Ikpeng, Tapayuna, Kamayurá,Kuikuro, Mehinaku, Yawalapiti, Kalapalo e Matipu. Nesse pólo o curso começou dia 1º de novembro e termina no próximo dia 25.





Fonte: Da Assessoria

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