Nº de mortes por dengue é o 2º maior da história

O ano ainda nem terminou, mas 2006 já é o segundo com maior número de mortos por dengue no Brasil. Entre janeiro e setembro, o Ministério da Saúde contabilizou 61 mortes - 16 a mais que o registrado em 2005. Este número só não supera o de 2002, quando 150 pessoas morreram após serem picadas pelo mosquito transmissor da doença.

"O Ministério da Saúde vê com preocupação esses números porque refletem o agravamento da doença. Infelizmente, a melhor forma de combater a dengue ainda é a prevenção. Por isso, não há há muito o que fazer se não intensificar a organização dos serviços municipais e estaduais e convocar a população a continuar participando das campanhas de mobilização", afirma Giovanini Coelho, coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue.

O número de pessoas infectadas pela doença, ainda segundo o Ministério, é proporcional ao número de óbitos. Em 2005, foram registrados 248 mil casos, enquanto nos primeiros nove meses de 2006 já houve notificação de 279 mil casos.

"Muitas vezes, os serviços municipais e estaduais não prestam o atendimento adequado e os doentes morrem. O tratamento, aliás, é de baixíssima complexidade: basta hidratar o paciente. Se a doença for diagnosticada precocemente, as chances de cura são de 99,9%", enfatiza Giovanini Coelho.

Aumento no Rio foi de 1.526% O Rio não é o Estado recordista em casos de dengue este ano - São Paulo registrou 43,3 mil -, mas detém outro recorde: dos 1.801 casos registrados em 2005, o número pulou para 29.288 só nos nove primeiros meses do ano. Isso representa um aumento de 1.526%, o maior do País.

"Campanha de mobilização nacional não pode ficar restrita a um único dia. Todo dia é dia de alertar a população para a necessidade de se combater os focos da doença", reitera Aluízio de Araújo Ribeiro Neto, diretor do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado.

Este ano, o Dia Nacional de Mobilização contra a Dengue acontecerá em 18 de novembro. Como ocorre todos os anos, agentes de saúde avisarão a população sobre o perigo de acumular água parada em locais propícios à criação do mosquito transmissor da dengue.