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Educação/Vestibular
Quarta - 01 de Novembro de 2006 às 13:37
Por: Aluízio Azevedo

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Tangará da Serra, MT - Encerra nesta quarta-feira (01.11), em Tangará da Serra (município localizado a 240 km de Cuiabá), a 6º etapa presencial do Projeto de Escolarização e Formação de Agentes de Saúde Indígenas. O evento, que começou no último dia 16, é desenvolvido em uma parceria entre a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e as Secretarias de Estado de Educação (Seduc) e Saúde (SES), na Escola Estadual “Antonio Casagrande”.

Trinta e sete Agentes Indígenas de Saúde (AIS), de oito etnias e 14 municípios participam do curso, que tem escolarização relativa ao Ensino Fundamental. As etnias presentes são: Paresi, Umutina, Bororo, Bakairi, Chiquitano, Myky, Irantxe e Nhambikwara. A formação teve início no ano de 2004 e tem previsão para encerrar no final de 2007.

De acordo com a professora do curso e técnica da Seduc, Silene Macedo de Melo, a Fundação UniSelva (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT); e as Organizações Não Governamentais (ONGs): Associação Halitinã e Operação da Amazônia Nativa (Opan), também participam como apoiadoras da ação.

“O curso é dividido em oito etapas presenciais, que acontecem em Tangará da Serra e oito etapas intermediárias, quando os professores e coordenadores do projeto vão até as aldeias indígenas e passam um tempo observando a prática em cada comunidade”, revela a professora, que trabalha com as Ciências da Natureza e Matemática e tem outras duas colegas da Seduc trabalhando com o projeto, as professoras: Ana Brígida da área de Línguages, Artes e Cultura; e Sebastiana Lemes Mandu, das Ciências Sociais.

Cada etapa presencial tem em média 16 dias de curso com 40 horas semanais. No próximo dia 20 de novembro, as três professoras acompanharão as aulas intermediárias na Aldeia Neruri (povo Bororo), município de General Carneiro (a 449km de Cuiabá), onde ficarão até o dia 29. No início de outubro elas visitaram a Aldeia Japuíra do povo Myky, em Brasnorte (a 580km da Capital).

“Este curso é muito importante porque faz uma integração entre educação e saúde. Primeiro escolhemos um tema gerador sobre a saúde, que posteriormente é trabalhado transversalmente nas diversas áreas do conhecimento. Isso nos permite ter um currículo bastante flexível e adaptado às demandas que vão surgindo ao longo do caminho”, observa Silene.

Mudança

O Agente de Saúde Indígena Paresi, Eliércio Francisco Wyzukae, 28 anos, da Aldeia Bacaval (Campo Novo dos Paresi), destaca que o curso já traz mudanças e melhoras na saúde em sua comunidade.

“Penso que o futuro da saúde de minha comunidade está em minhas mãos. Aprendendo aqui, aplico os conhecimentos na prática na aldeia e benefício aos nossos pacientes. O curso melhorou tanto onde moro quanto em outras aldeias. O módulo que vimos DST-AIDS, por exemplo, foi importante, porque agora a comunidade está bem informada sobre como se transmite os vírus e já estão se prevenindo”, esclarece Eliércio, que trabalha com o agente de saúde desde o ano de 2001.

Os módulos já realizados pelos indígenas nas etapas presenciais foram: doenças respiratórias e diarréias; saúde da mulher e da criança; saúde bucal; DST-AIDS; doenças endêmicas; doenças de pele; parasitose intestinal (atual módulo) e doenças relacionadas aos adultos.

Na terça-feira (31.10), os professores e indígenas realizaram uma mostra cultural na Escola Estadual Antonio Casagrande, para expor os trabalhos e projetos realizados pelos indígenas durante o curso de formação. “Convidamos toda a comunidade tangaraense, pais, alunos, professores e os interessados para nos visitar e conhecer o trabalho desenvolvido”, concluiu Silene. A mostra dos trabalhos começará às 19h30.





Fonte: Da Assessoria

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