ONU declara "zonas mortas" os deltas dos rios Yang Tsé e Pérola
Motores do desenvolvimento econômico do país, os dois deltas mais importantes da China entram numa lista negra na qual já figuravam a baía de Paracas (Peru), a de Montevidéu, no Uruguai, o rio Mondego (Portugal) e o estuário do rio Mersey (Reino Unido), entre outros.
Pequim está sediando uma reunião internacional sobre poluição marítima, que alertou também para a existência de mais de 10 "zonas mortas" fluviais e 200 marinhas.
As "zonas mortas", onde a vida animal e vegetal está condenada à lenta extinção se não forem tomadas medidas de recuperação, são resultado de despejos de esgoto, combustíveis fósseis, adubos e outras substâncias tóxicas em águas abertas.
No caso chinês, os principais poluentes dos dois grandes deltas, nos quais ficam grandes cidades como Xangai e Hong Kong, são nitrogênio inorgânico e fosfatos ativos, de acordo com a Administração Estatal de Meio Ambiente da China.
Nas águas poluídas são freqüentes as "marés vermelhas", formadas por algas que podem acelerar o desaparecimento do oxigênio em rios e oceanos e causar com isso graves catástrofes ecológicas. Só em 2005 houve na China 82 "marés vermelhas". Porém, foram 15% a menos que em 2004.
Durante mais de 20 anos, a China se preocupou exclusivamente com o rápido desenvolvimento econômico, sem pensar nas conseqüências ambientais. O resultado hoje são graves problemas ecológicos, como a contaminação de grande parte de suas águas, a desertificação do norte do país e a chuva ácida.
A imprensa chinesa comentou ontem a possibilidade de que o Mar de Bohai, perto de Pequim, considerado o mais poluído da China, se transforme também numa "zona morta" dentro de 10 anos.
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