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Saúde
Terça - 03 de Outubro de 2006 às 01:04

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Cientistas do Instituto Pasteur, em Paris, conseguiram visualizar pela primeira vez a jornada do vírus da Aids, o HIV, até o coração da célula infectada. Todos os vírus precisam se integrar ao material genético de uma célula para utilizar os mecanismos de réplica, na maioria das vezes penetrando no coração da mesma durante sua divisão.

O HIV, membro da classe de retrovírus denominados lentivírus, é capaz de se introduzir em células não divididas e de se colocar em seu coração, seguindo um caminho até agora desconhecido. É esta viagem dentro da célula que os membros da equipe de Pierre Cherneau visualizaram e que eles descrevem na edição de outubro da revista científica Nature Methods.

Os pesquisadores marcaram por fluorescência a integrase, uma proteína que acompanha o genoma viral até sua integração em um cromossomo, no coração das células humanas. Graças a técnicas de video-microscopia, eles puderam acompanhar a caminhada do material genético viral dentro da célula.

Em paralelo, eles instalaram um software sofisticado capaz de analisar com grande precisão os movimentos das partículas virais, recriando seu percurso em 3D e em tempo real.

Pierre Cherneau e sua equipe conseguiram desta forma determinar que, para progredir progredir dentro do citoplasma, o genoma viral utiliza diferentes elementos do esqueleto da célula, filamentos de proteínas que o levam progressivamente para o coração.

Ele passa primeiro por fibras denominadas microtubos, até chegar perto do coração onde outros ligamentos, as actinas, o levam. O HIV se prende em seguida à parede nuclear, onde muda a sua forma a fim de penetrar no coração pelos poros.

Uma vez dentro, ele se difunde e os pesquisadores perdem o rastro de seu marcador fluorescente.

"Identificando estes modos de transporte do vírus, a equipe deu um grande passo para o desenvolvimento de ferramentas capazes de dissecar em seus mínimos detalhes a infecção pelo HIV", avaliou o microbiologista David McDonald, da Universidade de Cleveland, Ohio.

Segundo ele, estas técnicas permitirão "provavelmente identificar formas de bloquear a infecção pelo vírus da Aids, mas também utilizar os lentivírus como vetores nas terapias genéticas".




Fonte: AFP

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