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Saúde
Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 07:07

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Uma nova pesquisa parece acabar com a noção de que células-tronco são necessárias para a clonagem bem-sucedida de animais, e mostra que células que se desenvolveram completamente para desempenhar um papel específico no organismo podem não só ser usadas para clonagem, como parecem oferecer um ponto de partida Amis eficiente. Como prova do conceito, cientistas criaram dois filhotes de camundongo a partir de um tipo de célula do sangue que, normalmente, é incapaz de se reproduzir.

Esta é a primeira demonstração de que um animal pode ser derivado de uma célula totalmente diferenciada, dizem os pesquisadores Xiangzhong "Jerry" Yang e Tao Cheng, em artigo publicado no periódico Nature Genetics. Além disso, eles afirmam que os resultados de seus estudos são evidência de que a ovelha Dolly e outros mamíferos clonados pela técnica de transferência de núcleo somático foram, mais provavelmente, derivados de células totalmente diferenciadas, e não de células-tronco adultas, como vinha se argumentando desde a criação do clone da ovelha.

Como as células-tronco têm a capacidade de se renovar e de se converter em qualquer tipo de célula especializada, elas foram saudadas como a promessa para o tratamento de diversas doenças. Mas, mesmo para a produção de um embrião clonado no estágio de blastocisto, a partir do qual células-tronco embrionárias podem ser extraídas, células-tronco adultas vêm se mostrando uma decepção, com taxas de sucesso abaixo de 5%.

A transferência nuclear de célula somática - nome técnico da clonagem - envolve a criação de um embrião a partir do núcleo extraído de uma célula somática, nome dado a todas as células do corpo, exceto as reprodutivas. Esse núcleo então é inserido num óvulo que foi previamente esvaziado de cromossomos.

Para o estudo publicado na Nature Genetics, os pesquisadores compararam a eficiência de clonar ratos usando núcleos de células do sangue totalmente diferenciadas, chamadas granulócitos, com a eficiência de usar núcleos de suas "antepassadas", as células-tronco hematopoiéticas, encontradas na medula óssea.

Surpreendentemente, os granulócitos se revelaram os melhores doadores de núcleo: de 35% a 39% se tornaram blastocistos. Apenas os granulócitos geraram filhotes vivos.

Desde Dolly, a clonagem de animais usando células adultas foi conseguida em mais de uma dezena de espécies de mamíferos, mas o processo é altamente ineficiente: são poucos os óvulos que atingem o estágio de blastocisto, e poucos os blastocistos que chegam a produzir um animal vivo.

Uma teoria procura explicar os fracassos postulando que é preciso usar células-tronco adultas para gerar clones. Mas, se essa idéia fosse correta, o estudo atual teria chegado a um resultado oposto ao encontrado de fato.





Fonte: Agência Estado

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