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Saúde
Terça - 26 de Setembro de 2006 às 13:48

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Caminhar pode não ser suficiente para trazer benefícios à saúde, sugere pesquisa de uma equipe da Universidade de Alberta, no Canadá.

Os especialistas chegaram a essa conclusão ao comparar um programa de exercícios de 10 mil passos com uma rotina mais tradicional de ginástica com intensidade moderada.

A pesquisa constatou que o segundo grupo apresentava melhoria significativa em seu condicionamento físico.

Eles disseram em uma reunião da Faculdade Americana de Medicina do Esporte que exercício leve não é suficiente para uma boa forma física.

Vicki Harber, que liderou a pesquisa, disse: "De maneira geral, atividade de baixa intensidade como caminhar provavelmente não vai dar a ninguém benefícios notáveis à saúde em comparação a programas que ocasionalmente aumentam a intensidade." Harber e seus colegas temem que seja dado pouca ênfase sobre a intensidade das atividades físicas em campanhas para promover exercícios como parte de uma vida mais saudável.

Ofegante

Durante a pesquisa, foi feita uma comparação entre um grupo de pessoas que realizava uma caminhada de 10 mil passos sem tempo fixo para sua conclusão e um outro cuja rotina era mais intensa, e que deixava os seus participantes ofegantes, apenas em condições de falar uma ou duas sentenças no final.

Ambas as práticas, que duraram seis meses, levaram seus participantes a consumir a mesma quantidade de calorias. No total, 128 pessoas sedentárias participaram do projeto.

Os pesquisadores avaliaram o impacto das práticas sobre a forma física dos participantes do estudo medindo sua pressão sangüínea e consumo de oxigênio para apurar a capacidade pulmonar.

Eles constataram que o programa de caminhada aumentou o consumo de oxigênio em uma média de 4% em seis meses, enquanto que no grupo que realizava exercícios de intensidade moderada esse aumento foi de 10%.

"Nossa preocupação é que as pessoas possam achar que o que importa mais é o número total de passos diários acumulados, e não atentarem muito para o ritmo ou esforço investido ao se dar esses passos", disse Harber.

A chefe da pesquisa disse que o programa de 10 mil passos ajudou a motivar as pessoas e foi uma forma excelente de se começar a prática de exercícios, "mas para aumentar a eficácia, é necessário acrescentar alguma intensidade" ao exercício.

"Ao longo do dia, enquanto você estiver dando aqueles 10 mil passos, dê de 200 a 400 em um ritmo mais intenso."

"É necessário fazer mais do que exercício leve e incluir atividade moderada regular, e não deixe de adotar ocasionais períodos de exercício vigoroso", recomendou Harber.

O especialista da Universidade de Loughborough disse que é possível que as atuais recomendações sobre o quanto de exercício deve ser feito tenham optado por um nível baixo demais.

"Mas deve-se chegar a um equilíbrio entre fisiologia e psicologia. Quanto mais difícil for o exercício recomendado, menor vai ser o número de pessoas que o acabarão praticando."

Biddle afirmou que não há dúvida de que exercício vigoroso é a forma de se conseguir o condicionamento físico, mas o volume, mais do que a intensidade, pode ser útil para resolver problemas como a obesidade.





Fonte: BBC Brasil

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