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Saúde
Sábado - 23 de Setembro de 2006 às 20:00

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O uso indiscriminado de agrotóxicos é o principal problema de saúde do trabalhador em pelo menos 16 Estados. É o que mostra consulta feita pelo Ministério da Saúde para definir ações prioritárias na área, em cada unidade federativa. Até agora, 19 Estados foram ouvidos, e o restante deve apresentar relatórios até o final do ano.

O trabalho dá continuidade às discussões da 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, realizada em novembro do ano passado. Após o encontro, que aprovou 362 deliberações, o ministério iniciou uma série de reuniões com especialistas e representantes de movimentos sociais para definir as prioridades.

Apenas Amapá, Mato Grosso e Santa Catarina não listaram os agrotóxicos entre os problemas que mais apresentam riscos à saúde do trabalhador, dos 19 Estados já consultados pelo ministério. Mesmo sem ser apontado com prioridade nesses Estados, o agrotóxico pode ser considerado “um problema nacional”, para o coordenador da Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Marco Antonio Pérez.

Pérez disse que, há cerca de 20 anos, o uso indiscriminado desse tipo de insumo era um problema restrito às regiões Sul e Sudeste, e parte do Nordeste. Segundo ele, que participa do 2º Encontro Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador, em Brasília, com a expansão das fronteiras agrícolas e com o desenvolvimento da agroindústria, houve um incremento do uso de agrotóxicos no Centro-Oeste e no Norte.

De acordo com o coordenador, a estimativa é que, a cada ano, 5 mil brasileiros, grande parte trabalhadores rurais, sejam intoxicados por agrotóxicos. No entanto, as estatísticas oficiais ainda são distantes da realidade, segundo ele.

– Esse número é muito maior, se a gente levar em consideração que a maioria dos trabalhadores que tem intoxicação leve não procura o serviço de saúde com essa queixa de exposição ao agrotóxico, mas só com a queixa do sintoma clínico – explicou.

O coordenador destacou ainda que, em grande parte do país, a legislação brasileira para o uso de agrotóxicos não é cumprida. A lei determina, por exemplo, que o produto deve ser vendido com a apresentação de receituário agronômico e que deve haver um técnico especializado nos locais de venda.

– Na imensa maioria das regiões, isso não é respeitado, nem pelos empregadores, pelos produtores de agrotóxico, e nem pelos distribuidores. O que a gente vê na realidade é um uso bastante indiscriminado nas diversas regiões do país – alerta.





Fonte: Agrol

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