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Educação/Vestibular
Domingo - 24 de Fevereiro de 2013 às 17:27

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Mais de 22 mil alunos dependem das escolas e creches municipais de Várzeas Grande. O problema é que na maioria das unidades a infraestrutura deixa a desejar. Fiação exposta, infiltrações e mofo são alguns dos problemas que a reportagem encontrou em visita a algumas dessas unidades de ensino. Com as fortes chuvas ocorridas no mês de fevereiro, é comum encontrar salas de aulas com paredes manchadas e cheiro de mofo por causa da umidade. Em alguns casos fica impossível utilizar o pátio e até mesmo as salas de aula.

Esse é o caso da Escola Municipal de Ensino Básico Air Ador, no bairro Ouro Verde. Em frente à escola já é possível ter uma prévia do que será encontrado no local, duas enormes poças de água são o ‘cartão de entrada" da unidade. Ao entrar na unidade a impressão é ainda pior. O cheiro de mofo é o ‘perfume" habitual das salas e do pátio. Uma das professoras conta que quando chove a água alaga o pátio e chega a entrar nas salas de aulas. Segundo ela, que prefere não se identificar, já foram várias as ocasiões em que os alunos assistiram às aulas com os pés para cima, para não se molharem nas salas alagadas.

Mesmo com a limpeza diária, é possível observar nas mesas de madeira o mofo que se acumula por causa da umidade. Em uma das salas o forro apodrece nos cantos e no meio forma uma ‘barriga" prestes a cair. Nas paredes, as marcas da água que escorre, em muitos pontos passando pela fiação elétrica. A sala dos fundos mostra a cena mais alarmante. Para os alérgicos apenas entrar no ambiente pode desencadear uma crise. O cheiro de mofo é forte e a água se acumula entre as cadeiras. No forro ainda há algumas goteiras e falta até mesmo mesa para o professor.

Na Air Ador os problemas vão além do período de chuva. Para os 300 alunos da escola existem 2 banheiros, um masculino e outro feminino. No banheiro dos meninos, dos 3 sanitários, apenas um pode ser utilizado. No das meninas também há a interdição de um vaso sanitário. Outro problema que dura mais de 4 anos é a cozinha que já foi condenada pelo Ministério Público. Em um espaço estreito onde é possível passar apenas uma pessoa de cada vez as merendeiras tem que se espremer para preparar a refeição dos alunos.

Na unidade também não há biblioteca e os livros são guardados na sala dos professores. O único espaço de lazer é a quadra de esportes que possui uma cobertura muito alta, o que diminui a proteção do sol, pois em boa parte do espaço pega sol durante todo o dia. Além de todos esses problemas ainda há a falta de segurança. Apenas na última semana foi liberada a contratação de um vigia noturno. Durante o dia, quando não há professores ou funcionários no local, é frequente o furto de fiação, alimentos e até panelas. Em uma das paredes externas está um recado dos criminosos: "Nós vamos voutar (sic)".

Outra situação alarmante é a do Centro Municipal de Educação Infantil Isabel Antunes, no Jardim Icaraí. Com aproximadamente 120 crianças de 2,5 a 4 anos em período integral a unidade também tem problemas no período da chuva. No local são realizadas obras para trocar o telhado, porém há outros problemas. Forro de madeira exala um cheiro de mofo que pode ser sentido à distância. Em alguns pontos a madeira está podre e caem pedaços do material. Na sala onde as crianças fazem as refeições o forro apresenta ondas, além do espaço reduzido e com pouca ventilação e luz.

Em um espaço aberto na parte da frente da creche com grama não é possível realizar atividades com os alunos. "Ou está muito sol, ou é a chuva e até mesmo em casos extremos, quando faz frio. Quase não dá para utilizar o espaço", conta uma professora que não quis se identificar. No banheiro existem marcas dos locais por onde a água da chuva passou. O piso antigo e as paredes envelhecidas completam o local que deveria ser utilizado apenas para a higiene pessoal dos alunos, mas que coloca em risco a saúde dos alunos com o mofo.

O pequeno parquinho nos fundos da creche também apresenta irregularidades. No caminho que leva ao espaço mina água no chão e uma camada de musgo verde cobre grande parte da calçada. O local para o lazer se mistura ao ambiente onde são lavadas as mamadeiras e lençóis, em tanques sem nenhuma preparação prévia.

Na mesma rua a EMEB Rute Martins é outro exemplo de infraestrutura inadequada. A escola passou por reformas emergenciais no ano passado, porém, passaram por reparos apenas os itens que traziam riscos de vida aos alunos, como o forro que caía. Outro problema são os telhados antigos, onde o madeiramento não suporta as chuvas e criou um efeito de ondas nas telhas. A secretária de assuntos jurídicos do subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso de Várzea Grande (Sintep/VG), Maria Aparecido Cortez, informou que no local não foi realizado uma reestruturação na rede elétrica e não é possível ligar os aparelhos de ar condicionado sem que caia a energia elétrica.

Entre os problemas observados faltam pintura nas paredes, o piso está desnivelado e rachando, bebedouros não fecham direito e molham o pátio e muitos outros. Um levantamento do Sintep/VG diagnosticou que 20 unidades, entre escolas e creches, tem problemas estruturais e de pessoal. Os principais problemas apontados pelo Sindicato são telhados cedendo ou com goteiras, rede elétrica irregular e banheiros sem estrutura necessária.Com relação aos funcionários faltam vigias, zeladores e serviços gerais.





Fonte: Do GD

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