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Nacional
Sexta - 04 de Agosto de 2006 às 06:54

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O desembargador José Maria de Mello Porto, 68 anos, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), foi assassinado a tiros quando passava de automóvel pela avenida Brasil, perto da favela Parque Alegria, no Caju, na noite desta quinta-feira, no Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, pelo menos oito homens teriam participado do assassinato. Ele estava acompanhado pelo procurador do Estado aposentado Teixeira Neto. Mello Porto era primo do ex-presidente Fernando Collor de Mello e do ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ele seguia para casa, no Audi A3 cinza de Teixeira Neto. Amigos há mais de 40 anos, sempre iam juntos para casa, já que moram perto. Dois carros fecharam o Audi. Um na frente, outro atrás. Eram carros velhos, de cor escura e que o procurador não conseguiu identificar. Em cada um deles, quatro homens armados.

Três bandidos do carro da frente desceram e anunciaram o assalto. Mello Porto e o procurador desceram do carro e tentaram fugir. O desembargador correndo pela calçada, e o procurador pelo meio da pista.

Os bandidos abriram fogo e atingiram o desembargador, que morreu no local. O procurador não foi atingido. Os bandidos não chegaram a levar o carro, que está com marcas de tiro. Eles fugiram nos próprios carros.

Ainda no local do crime, o procurador Teixeira Neto, que estava com Mello Porto, contou que dirigia rumo à Barra da Tijuca com o desembargador quando dois carros os fecharam.

"Os bandidos, já com as armas para fora da janela, gritavam para a gente parar e sair. Tiraram a gente do carro e ele (o desembargador) falou que era juiz. Então, começaram a atirar nele. Isso aqui é uma terra de ninguém, essa desgraceira que está aí, as autoridades são todas tolerantes", afirmou contou Teixeira, ainda muito transtornado.

Tentativa de assalto O presidente da OAB do Rio, Octavio Gomes, disse não acreditar que o assassinato do desembargador Mello Porto tenha sido motivado por desavenças no trabalho.

"Para mim, foi uma tentativa de assalto. Queriam levar o Audi, que é um carro muito visado para roubo. O desembargador era bem visto pelos colegas de profissão. Mesmo quem não tinha muito relacionamento com ele admirava seu trabalho, pois foi o responsável por fazer com que a Justiça do Trabalho passasse a funcionar também de manhã; cobrava dos juízes um bom atendimento aos advogados; e cobrava uma produção ágil. Dizia que a Justiça tem que ser rápida, séria".

O comerciante José Nilson, amigo do desembargador, passou pelo local e ficou chocado com o assassinato. "Ele era um homem pacífico. Uma pessoa de bem".

Mello Porto foi presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro entre 1992 e 1994. Ele foi investigado pela CPI do Judiciário em 1999 devido a denúncias de irregularidades durante sua gestão no TRT do Rio.




Fonte: Terra

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