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Politica Brasil
Quinta - 03 de Agosto de 2006 às 08:56

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Um dia após o anúncio da decisão do Supremo que obriga a Assembléia Legislativa de São Paulo a instalar CPIs que possam investigar a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, petistas e tucanos já tratavam o assunto ontem como tema eleitoral.

Há 69 pedidos de investigação protocolados na Casa. Só cinco CPIs podem funcionar simultaneamente.

Os comandos das campanhas nas esferas federal e estadual ameaçam transformar as investigações em uma guerra de dossiês e convocações que envolveria também o Congresso, com a CPI dos Sanguessugas.

Ontem mesmo os dois assuntos já estavam no site do senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo. A bancada do partido na Assembléia marcou para a próxima terça-feira um ato público pela abertura de CPIs que mirem áreas do governo tucano sobre as quais pairam suspeitas.

A prioridade do PT é investigar os contratos da Nossa Caixa, as obras do Rodoanel Mário Covas e da Calha do Tietê, a Febem e a gestão da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

A estratégia, além da mobilização da militância, é tentar desgastar Alckmin e José Serra (PSDB), candidato ao governo.

Os petistas estão dispostos, no entanto, a abrir mão de suas cinco CPIs prioritárias para apoiar uma que investigue os contratos do governo considerados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado, protocolada por um deputado do PFL.

Ao todo, são 974 processos que englobariam a administração direta e quase todas as autarquias e empresas estatais. No período de 1997 a 2002, foram julgados pelo tribunal 706 deles. Desse total, 43% dizem respeito à CDHU. Há também casos relativos à Nossa Caixa.

Como resposta à ofensiva petista, os tucanos cogitavam ontem trabalhar pela instalação da "CPI do transporte público na Grande São Paulo", para atingir a ex-prefeita Marta Suplicy e o ex-secretário Jilmar Tatto, irmão do líder do PT na Casa, Ênio Tatto.

A estratégia do PSDB também será dizer que o partido não aceita transformar a Assembléia em palanque. O PT retrucaria alegando que os tucanos não permitem investigações de seu governo.

Questionado sobre a decisão do Supremo, Alckmin disse que a Assembléia é um "poder autônomo" e que houve "transparência" no governo tucano. "Decisão judicial se cumpre. É um assunto da Assembléia, que é um poder autônomo e tem toda a liberdade para fazer os procedimentos que queira."

Sanguessugas

O site da campanha de Mercadante citava ontem dados da Controladoria Geral do União para atacar Serra.

Segundo o texto, os contratos sob suspeita com a empresa Planam, pivô da escândalo dos parlamentares sanguessugas, começam em 2000 e tiveram seu auge em 2002, época em que o ministério era comandado pelo tucano. Os petistas defenderão a convocação de Serra se a oposição insistir em chamar o ex-ministro Humberto Costa (PT). A estratégia é desgastar o tucano por conta de sua gestão na Saúde.





Fonte: Folha de S. Paulo

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