Assassino confessa que usou amizade para atrair vítima

O caminhoneiro Jair Lima Fernandes, de 35 anos, acabou caindo numa armadilha armada pelo próprio amigo, o carreteiro Ataíde dos Santos, de 38, que confessou a autoria do crime.

Ataíde relatou à Polícia que ainda deixou o cadáver durante dois dias na boléia de sua carreta Scânia, até jogá-lo numa estrada de chão. Nesse ínterim, aproveitou para trocar as rodas novas da carreta roubada pelos pneus velhos da sua Scânia.

“O Ataíde era amigo há muitos anos das três vítimas. O Jair, por exemplo, era seu conhecido há mais de 15 anos. A vítima, então, tinha plena confiança no criminoso”, explicou o delegado Walfrido Nascimento.

Ataíde disse ter ligado para a vítima e combinado encontrá-lo num posto próximo dali. Jair, então, foi dirigindo a carreta carregada com resina. Lá, a vítima acabou rendida por Ataíde e mais dois cúmplices, identificados como “André” e “Nego”, que chegaram no local ocupando um Gol branco.

Na boléia, a dupla se aproximou e amarrou as mãos e pés de Jair, além de colocar uma camisa em sua cabeça. De lá, Ataíde foi dirigindo a carreta da vítima até uma distribuidora de combustível, no Coxipó.

Os criminosos tinham o cuidado de olhar para ver se estavam sendo seguidos. Após passarem pela distribuidora, Ataíde contou uma versão mirabolante para o assassinato.

Relatou que a vítima reagiu, acertando um chute em André. Em seguida, Jair entrou em luta corporal com Nego que sacou um revólver e atirou duas vezes. “O estranho é que um deles lutou com uma pessoa amordaçada, com olhos vendados, pés e mãos amarrados”, observou o delegado.

O cadáver então foi colocado na boléia da Scânia. Em seguida, Ataíde e os cúmplices tiraram os pneus da carreta e Jair os colocou na Scânia. Ele levou o veículo roubado com a carga e a deixou em Vera. De lá, seguiu em direção a Cáceres abandonando a carreta roubada no pátio do Posto 120.

A idéia era levar a carreta até Cáceres, mas o veículo apresentou um defeito mecânico. Ele então retornou a Cuiabá, pegou a Scânia e abandonou o corpo da vítima num local ermo próximo à Pensão Seca, cerca de 20 quilômetros antes de Jaciara, no sentido Cuiabá-Rondonópolis.