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Saúde
Quarta - 12 de Julho de 2006 às 07:14

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Os cogumelos mágicos, usados por índios norte-americanos e hippies para alterar a consciência, parecem ter efeitos místicos similares para muitas pessoas, disseram cientistas dos Estados Unidos na terça-feira.

Mais de 60 por cento dos voluntários que receberam cápsulas de psilocibina, um composto retirado dos cogumelos, disseram ter passado por "uma experiência totalmente mística".

"Muitos dos voluntários de nosso estudo relataram, de uma maneira ou de outra, uma experiência direta e pessoal com o ""além"", disse Roland Griffiths, professor de Neurociência, Psiquiatria e Biologia Comportamental na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Griffiths comandou o estudo.

Um terço dos voluntários afirmou que a experiência foi a mais significativa em termos espirituais de toda sua vida.

Muitos a compararam ao nascimento do primeiro filho ou à morte de um pai ou uma mãe. E os efeitos registrados foram duradouros.

Dois meses depois de receber a droga, 79 por cento dos voluntários disseram ter sentido um aumento de nível moderado ou elevado em seu bem-estar e na satisfação com a vida, segundo o relato publicado na revista Psychopharmacology.

Griffiths afirmou que a droga poderá ser usada para tratar o vício, além de como terapia para dores severas ou depressão.

A equipe testou 36 voluntários saudáveis e com boa escolaridade, que afirmassem manter uma vida espiritual ativa.

A idéia é que pessoas espiritualizadas seriam menos perturbadas pelos efeitos da droga.

Griffiths disse que não queria ser acusado de trabalhar como Timothy Leary, o ex-psicólogo da Universidade de Harvard que ficou conhecido por suas experiências com o LSD nos anos 1960.

"Estamos conduzindo pesquisas rigorosas e sistemáticas com a psilocibina, sob condições cuidadosamente monitoradas, curso que o dr. Leary abandonou no início dos anos 1960", disse Griffiths.

"Até mesmo neste estudo, em que controlamos grande parte das condições para minimizar os efeitos adversos, cerca de um terço dos voluntários afirmou ter tido um medo significativo, e alguns relataram sensações transitórias de paranóia", afirmou.

"Sob condições não monitoradas, não é difícil imaginar que essas emoções evoluiriam para o pânico ou para comportamentos mais ou menos perigosos".





Fonte: Terra

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