Repórter News - www.reporternews.com.br
Meio Ambiente
Terça - 27 de Junho de 2006 às 05:59

    Imprimir


Milhares de animais marinhos poderão ser rastreados por meio de um projeto de US$ 150 milhões criado para ajudar os cientistas a compreenderem melhor ameaças à vida nos oceanos. O sistema usa uma tecnologia criada para facilitar a vida de caixas de supermercados, afirmaram cientistas na segunda-feira.

Segundo o sistema, cientistas poderão implantar etiquetas eletrônicas em criaturas como salmão, atum, esturjão, pinguim ou urso polar para registrarem seus movimentos por meio de receptores acústicos instalados no fundo dos oceanos ou por satélite. "Hoje nós conhecemos menos sobre a vida marinha ¿como esses animais vivem, onde vão - do que nós sabemos sobre o lado escuro da Lua", disse Ron O'Dor, diretor da Ocean Track Network que será criada na Universidade Dalhousie, no Canadá.

A instalação de "etiquetas" em animais marinhos está limitada atualmente a projetos regionais. O novo sistema pode dar pistas sobre migrações nos oceanos e os impactos gerados por pesca excessiva ou mudança climática. Cerca de 35 cientistas de todo o mundo se encontrarão em Halifax, Canadá, entre 27 e 30 de junho, para o lançamento da rede, que está buscando recursos para estabelecimento de escutas no Ártico, Pacífico, Atlântico, Índico e no Mar Mediterrâneo.

Os cientistas estão pedindo financiamento de US$ 32 milhões junto à Canadian Foundation for Innovation. O financiamento é uma condição para a concessão de US$ 150 milhões para o projeto de seis anos por parte de outros doadores espalhados pelo mundo. Os implantes variam do tamanho de uma amêndoa a uma pilha tamanho AA.

Quando o peixe passa por um receptor, os implantes disparam um sinal similar ao gerado por um leitor de código de barras em supermercados. Implantes maiores são capazes de transmitir via satélite a partir de animais que geralmente emergem à superfície. Cientistas descobriram apenas recentemente as vastas distâncias percorridas por muitas espécies de animais.

O atum pode atravessar o Pacífico, grandes tubarões brancos nadam da África à Austrália e tartarugas da América Central já foram encontradas na região da Ilha da Páscoa, no Pacífico. O sistema pretende construir uma rede acústica de 1.750 quilômetros no leito do oceano do Oregon ao Alasca e que ajudará os cientistas a acompanharem a migração de salmões de rios dos EUA ao Canadá. "Parte da beleza do sistema é que ele não somente registra os caminhos percorridos pelos animais, como também mede a temperatura", disse O'Dor à Reuters. "Podemos criar um registro de mudanças climáticas."




Fonte: Reuters

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/292366/visualizar/