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Saúde
Terça - 27 de Junho de 2006 às 05:52

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O diretor da Sociedade Oncológica dos Estados Unidos, John Seffrin, acha que a humanidade "está ganhando" a guerra contra o câncer, embora reconheça que o atual desafio é fazer com que os avanços cheguem a todos os cidadãos e países. Seffrin deu uma conferência hoje em Washington e se mostrou muito esperançoso a respeito da luta contra a doença, classificada como, "potencialmente, a mais fácil de ser prevenida e a mais curável de todas as doenças crônicas e mortais".

"No câncer, conhecemos o problema e sabemos as soluções. Já é hora de começarmos a avançar. Em breve, tudo se reduzirá a um problema de acesso à saúde", afirmou Seffrin, que também é presidente da União Internacional contra o Câncer.

Em 2005, o câncer foi responsável por cerca de 7,6 milhões de mortes no mundo todo, ou seja, de mais de um em cada oito óbitos. Os cinco tipos mais mortais foram, nesta ordem, o de pulmão, de estômago, de fígado, de intestino e de mama.

Seffrin lembrou que 40% dos casos podem ser prevenidos com mudanças nos hábitos, sobretudo o relativo ao fumo. Neste sentido, o especialista destacou a importância do próximo Congresso Mundial sobre o Câncer e a Conferência Mundial sobre o Tabaco, que pela primeira vez na história serão realizadas nas mesmas datas (de 8 a 15 de julho) e no mesmo local (Washington).

Em contrapartida, Seffrin afirmou que a luta contra o câncer tem uma dimensão política que é tão ou mais importante que a questão puramente médica e investigadora. "Apesar das boas perspectivas, se não interviermos, o câncer pode se transformar na primeira causa de morte nos EUA. É fundamental a pressão sobre os governantes e legisladores para que coloquem o câncer em primeiro lugar em suas agendas", disse.

"Não podemos ganhar a luta contra o câncer neste país se não mudarmos o sistema de saúde, que deixa mais de 45 milhões de pessoas fora do atendimento necessário", acrescentou. O especialista defendeu um aumento dos impostos sobre o tabaco, já que está provado que essa é a melhor forma de lutar contra a dependência, responsável por uma em cada dez mortes no mundo todo.

Além disso, Seffrin pediu ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que envie o Convênio Mundial Contra o Tabaco ao Congresso para que este o ratifique o mais rápido possível, como a melhor forma de reduzir o impacto desta doença nos países em desenvolvimento. No entanto, lembrou, é legítima a preocupação de que aconteça o mesmo que ocorreu com o Protocolo de Kyoto - voltado para a proteção do meio ambiente -, que os EUA também assinaram mas que nunca foi ratificado.




Fonte: Agência EFE

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